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Disputa

Adriana x Mainardi: Duelo de gigantes na eleição

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Foto tirada em 2010, quando lutavam na mesma trincheira

Com Luís Augusto Lara (PTB) fora da disputa eleitoral, quem está no páreo como pré-candidata a deputada estadual é a secretária municipal de Educação e Formação Profissional Adriana Lara. Ela passou este final de semana em Porto Alegre - já alinhavando os primeiros passos no tabuleiro eleitoral.

A disputa para Assembleia Legislativa será polarizada em Bagé. De um lado Adriana e do outro o deputado estadual, Luiz Fernando Mainardi (PT) que concorre à reeleição. Independente de ideologias e cores partidárias, será uma disputa que irá reviver momentos importantes da política bajeense dos últimos tempos.

São dois nomes com peso e histórico no cenário político do município. Já "jogaram" juntos e agora estão em trincheiras opostas. Num passado recente já protagonizaram grandes embates - período que ainda não haviam, as famigeradas redes sociais que não mais servem como palanque para os comentaristas de plantão.

Que essa disputa fique nas quatro linhas do campo, para parafrasear o ditado usado no meio futebolístico.

Fenômeno inusitado

Adriana Lara tem 53 anos, é professora, mãe de três filhos. Entrou na vida pública em 2000 quando se candidatou a vereadora e foi eleita com 1.036 votos. Nesse período, ela presidia uma associação que criou para defender os direitos das donas de casa, principalmente em questões relacionadas ao preço dos produtos básicos.

Em 2004, Adriana Lara participou do maior fenômeno eleitoral e inusitado da política de Bagé. Ela conseguiu ser a candidata mais votada do município em todos os tempos, mas não ganhou sua vaga de vereadora, porque faltou votos para que o PTB pudesse atingir o número mínimo do partido, soma suficiente para chegar ao quociente eleitoral que pela lei garantia uma vaga na Câmara. Foram 3.005 votos confiados pelos bageenses, sendo que o primeiro mais votado o futuro prefeito Dudu Colombo somou 2.731 votos.

Dudu foi para a Câmara. Adriana, não

Como já havia uma aproximação com o PT na prefeitura, a petebista foi secretária municipal de Assistência Social antes de concorrer em 2004, no novo mandato conquistado pelo prefeito Mainardi, ela não só voltaria a ocupar o mesmo cargo na assistência social como se filiaria ao PT para ser a candidata a deputada estadual dali a dois anos, disputando vaga com o irmão Luis Augusto Lara. Adriana fez, na ocasião, 16.230 votos em Bagé para a Assembleia Legislativa, uma votação muito boa. O total no Estado foi a 19.517. Porém, o irmão ultrapassou a barreira dos 26 mil no município e se elegeu com 68.964 votos dos gaúchos.

Depois, ainda no PT, ela concorreu a vereadora em 2008, elegeu-se, porém, não se sentiu em casa no Partido dos Trabalhadores, retornou para o PTB e tentou ser a primeira prefeita eleita de Bagé em 2012, mas não deu. A partir daí, a mãe resolveu ceder espaço para o filho Augusto Lara promessas que havia feito quando se candidatou a prefeita. Depois de 2008, sentindo-se mais madura, Adriana não só voltou ao PTB, mas voltou para os irmãos e à família. Havia uma necessidade, segundo ela própria, de reconstruir o que havia se perdido a partir de 2004, e só com amor e devoção isso poderia ser construído.

Com a eleição para a prefeitura do irmão Divaldo Lara há quase seis anos, Adriana se tornou secretária de Educação e Formação Municipal.

Agora ela retorna a disputa em uma eleição. No primeiro momento, anunciou no PTB que seria candidata a deputada federal, porém, com a notícia da ilegibilidade de Luis Augusto Lara interrompendo um ciclo de quase 24 anos de Assembleia Legislativa, Adriana aparece como a primeira da lista para que, como disse o prefeito Divaldo, "Bagé não perca a sua cadeira". Então, como queria, em 2022, a irmã Lara terá sua campanha eleitoral, agora para deputada estadual, ao lado da família e competindo com Luiz Fernando Mainardi, aquele que, há 16 anos a convenceu a disputar contra o próprio irmão.

Uma história forjada em Bagé

Com a política no DNA, Luiz Fernando Mainardi, 61 anos - saiu jovem de Sobradinho, sua cidade natal para a Rainha da Fronteira, onde construiu sua história no campo político. Começou no movimento estudantil, quando ingressou no curso de Direito da Universidade Regional da Campanha, antiga Faculdades Unidas de Bagé - isso no início dos anos 80.

Em 1982 se elegeu vereador pelo o PMDB. No partido de Ulisses Guimaraes, foi presidente da ala jovem e secretário-geral do diretório municipal da sigla. Em 1984 se filiou ao PT, onde tentou ser prefeito, porém sem êxito na primeira tentativa. Em 1988 foi eleito vereador e assume a liderança da bancada petista.

Em outubro de 1994 foi eleito deputado federal e depois reeleito. No ano de 2000 foi eleito prefeito de Bagé, numa disputa acirrada com o ex-prefeito, Carlos Sá Azambuja (PP). No pleito de 2004, foi reeleito prefeito. Depois elegeu o seu sucessor, o prefeito Dudu Colombo.

Em 2014 se elegeu deputado estadual, se licenciou a assumiu como secretário da Agricultura no governo de Tarso Genro. A frente da pasta, ele foi responsável pela criação de programas importantes para o setor - um deles de fomento a ovinocultura. Nessa época, os produtores da região tiveram uma atenção especial em relação a outros governos. Em 2018 concorreu a reeleição e foi eleito. Na Assembleia Legislativa, foi líder da bancada d PT. Atualmente é presidente da subcomissão que luta pela valorização do piso regional.


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