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Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

Sem noção 

 

A dublê de jornalista e militante política, Eliane Castanhede, comparou a pornô-apresentação da cantora Madona à tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, dizendo que ambos os eventos serviram para unir o povo brasileiro: “A tragédia do Rio Grande do Sul, a maior do Estado e o mega show da Madona em Copacabana, o quinto mais concorrido do planeta, servem como lembrança de algo que há muito anda esquecido, ou desdenhado, no Brasil: a união faz a força de uma Nação e a radicalização não leva a nada. Todos lados se uniram para socorrer o Estado e ver Madona”, disse ela. Perdeu a oportunidade de ficar calada. 

 

Tragédia 

 

A reação da população brasileira diante da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, com raras e lamentáveis exceções, foi de solidariedade. Governantes de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas, Alagoas e de outros Estados deslocaram equipamentos e parte de seus corpos de bombeiros para o RS. Empresários e personalidades realizaram coletas de dinheiro e alimentos e cidadãos comuns, arriscando suas vidas, se puseram à campo para resgatar pessoas em áreas alagadas. Outros, também voluntários, em cozinhas de campanha prepararam alimentos e recolheram doações para os atingidos pelas enchentes. Prefeitos das cidades atingidas, de uma maneira geral, diante de uma catástrofe acima de suas capacidades de ação, também agiram com presteza dentro de suas possibilidades de ação. Já as providências tomadas pelo governo do Estado pareceram perdidas, confusas e ineficazes, dando a impressão de que o governador Eduardo Leite aguardava uma solução mágica proveniente do governo federal, que não veio e nem virá. Errou, pois como já deveria saber, as verbas chegarão à conta-gotas, com licitações intermináveis, superfaturamentos, prioridades politiqueiras e todo e tipo de empecilhos suspeitos que envolvem a distribuição de verbas federais no Brasil. 

 

Ladeira abaixo 

 

Segundo o IBGE, a produção da indústria de bens de capital caiu 2,80% em março ante fevereiro. Na comparação com março de 2023, a queda foi de 10,50%. Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção caiu 4,20% em março, em comparação ao mês de fevereiro, mas em relação a março de 2023, houve uma queda de 6,30%. 

 

Indignação seletiva 

 

O rapper iraniano,  Toomaj Salehi, foi condenado à morte por enforcamento por apoiar protestos contra a morte de Mahsa Amini. Presa por usar um hijab considerado “impróprio”, Masha, de 22 anos, morreu em setembro de 2022, após ser torturada pelo regime iraniano. Salehi fez canções pedindo maiores liberdades e direitos para as mulheres as mulheres no seu país. No Brasil, o único político de esquerda a se manifestar contra a pena do rapper foi Roberto Freire, do Cidadania. Os demais, apoiadores de ditaduras que oprimem mulheres e homossexuais, se calaram mais uma vez, demonstrando que a sua propalada defesa das mulheres e das minorias é seletiva. 

 

Rapinagens secretas 

 

O Tribunal de Contas da União decretou o sigilo sobre o uso de jatos da FAB por “autoridades”, ignorando uma lei federal e o princípio de acesso à informação para os contribuintes. O TCU, que deveria fiscalizar tais abusos cometidos contra os cofres públicos, alegou supostos “riscos à segurança” das autoridades. Comandou o ato, o notório ministro Bruno Dantas. Como se não bastasse, por determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a partir de agora ficarão sob sigilo os números de fugas registradas nos presídios brasileiros. A alegação é a de a divulgação dos dados de fugas poderia colocar em risco a segurança de instituições e que  se trata de uma informação de “caráter reservado” A divulgação das fugas ficarão em sigilo pelo prazo de cinco anos. 

 


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