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Lideranças afirmam que medidas para estiagem são insuficientes

Sérgio Hubert/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Perdas são sentidas na cidade e no campo

Integrantes do governo do Estado se reuniram com representantes de entidades ligadas ao setor rural. O objetivo foi tratar sobre a estiagem em cidades e zonas rurais do Rio Grande do Sul. Essa foi a primeira reunião de 2023 do Fórum Permanente de Combate à Estiagem, que realizará um plano atualizado de enfrentamento à seca. O projeto, ainda sem data definida, será apresentado ao governador Eduardo Leite pelos secretários estaduais que tratam do assunto.

De acordo com informações da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, dados da Emater apontam que as perdas nas lavouras de milho podem variar entre 30% e 100%, dependendo da região do Estado. Culturas como soja, arroz, feijão, além da pecuária de corte e de leite, já registram perdas.

No fórum, foram debatidas propostas que amenizem os efeitos econômicos e sociais desencadeados pela falta de chuva no Rio Grande do Sul. Entre as proposições, estão questões relacionadas ao pagamento do auxílio emergencial de R$ 1 mil para famílias de pequenos agricultores, a construção de novas cisternas, recursos para a manutenção e ampliação do número de caminhões-pipa para o abastecimento humano, financiamento com juros subsidiados e renegociação de dívidas, entre outros.

Necessidades urgentes

Para a reportagem, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Milton Brasil, falou que as medidas propostas não são suficientes. Brasil disse que, neste momento, as prioridades são caminhão-pipa, silagem para o gado e a limpeza de açudes, o que, segundo ele, tem que ser urgente.

De acordo com o sindicalista, o prefeito de Candiota e presidente do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), Luiz Carlos Folador, acompanhado de outros prefeitos, entregou uma carta com as reivindicações dos municípios de Bagé, Candiota, Hulha Negra, Aceguá e Pedra Altas ao secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes.

O secretário do Desenvolvimento Rural de Bagé, João Pedro Finger, disse que a pasta vai aguardar as propostas que foram apresentadas por parte do governo do Estado para definir como agir. "A silagem para o gado sempre é bem-vinda, mas o nosso maior problema é a construção de novos açudes", falou. Finger contou que a secretaria está ainda fazendo um levantamento da situação, que, por enquanto, ainda está sob controle.

Propostas irrelevantes

O vice-prefeito de Hulha Negra, Igor do Canto, mencionou que ele e representantes do Cideja estão indo a Porto Alegre para realizar uma força-tarefa. Canto argumentou que as medidas apresentadas pelo governo do Estado em relação a estiagem são paliativas. Ele disse que o projeto Avançar tinha 12 açudes destinados para Hulha Negra e nenhum foi feito. Além disso, desde 2019 foram prometidos cerca de oito mil açudes e, até agora, foram feitos pouco mais de 500.

Canto disse que a cidade de Hulha Negra tem dois poços artesianos para serem perfurados e, até agora, não foram: "Temos dificuldade de água em todo o interior. Agora, veio uma emenda parlamentar do deputado federal e atual ministro da Secretaria de Comunicação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Pimenta, para compra de uma escavadeira hidráulica que dá para limpar açudes", comentou.

O vice-prefeito falou que o governo municipal irá pleitear junto ao governo do Estado uma carreta prancha para transportar a escavadeira.

Canto falou que as medidas apresentadas pelo Estado são irrelevantes. Segundo ele, Hulha Negra tem 1,2 mil propriedades rurais e foram anunciados 12 açudes. "Isso não resolve nada", asseverou. Em relação ao auxílio emergencial, o gestor disse que os produtores estão precisando de comida para o gado, porque a falta de leite está bem complicada. "Estamos indo para tentar buscar, pelo menos, o mínimo do que foi prometido e que nada foi feito", afirmou.

Situação é desesperadora

O vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti, participou do Fórum Permanente de Combate a Estiagem. Segundo ele, a situação é desesperadora pelo segundo ano consecutivo. "Desde a estiagem passada, pouco ouvimos sobre medidas que venham para resolver os problemas em definitivo. Precisamos de um programa de Estado contínuo, pois prevenir sempre é melhor do que remediar. Sabemos das dificuldades de recursos e de burocracia, mas o produtor precisa que algo seja feito", avisou.

Zanetti também reforçou a importância do SOS Estiagem, que foi pago no ano passado, mas salientou que é preciso a criação de um terceiro grupo de beneficiários para contemplar pessoas que tinham direito, mas que ficaram de fora, dentre elas, cônjuges de pessoas que iriam receber o valor, mas que vieram a falecer antes.

 A reportagem entrou em contato telefônico com os prefeitos de Candiota, Luiz Carlos Folador, e de Aceguá, Marcus Vinicius Aguiar, mas eles não atenderam as ligações.

 

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