Cátia Liczbinski
Paralimpíadas: luta pela inclusão social e contra os preconceitos
"A maior deficiência não está no corpo do deficiente, mas na alma do preconceituoso".
Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem em torno de 1 bilhão de adultos e crianças no mundo (15% da população mundial) que possuem algum tipo de deficiência física ou intelectual, sendo que 80% vivem em países em desenvolvimento.
O Brasil possui mais de 45 milhões de pessoas oficialmente, acima de 2 anos de idade, com algum tipo de deficiência, representando 23,92% da população (IBGE e Ministério da Saúde 2022).
As Paralimpíadas, embora ainda não recebam toda a divulgação e mídia das olimpíadas, chamam a atenção para as pessoas que possuem alguma deficiência. O Brasil participa dessa de Paris com 277 atletas, que além das medalhas - muitas de ouro -estão quebrando recordes e demonstrando suas capacidades.
A primeira competição para atletas com deficiências ocorreu em 1948, organizada pelo neurologista judeu alemão Ludwig Guttmann, que havia fugido dos nazistas para o Reino Unido em 1939. Ocorreu em em Londres para atletas em cadeiras de rodas, e abriu as portas para que as portas para que competições voltadas a este público fossem criadas.
Na atualidade, as Paralimpíadas cresceram e se tornaram o terceiro maior evento esportivo do mundo. Nesta edição, os Jogos Paralímpicos de Paris reúnem mais de 4 mil atletas e possuem 22 modalidades. O Brasil é uma das dez maiores potências.
O esporte é um meio de inclusão e para participar das Paralimpíadas a pessoa deve ser portadora de uma deficiência. Segundo a OMS e a ONU, as pessoas com deficiência apresentam ausência ou deficiência de estrutura ou função psíquica, fisiológica ou anatômica como: deficiência visual; deficiência motora; deficiência mental; deficiência auditiva; paralisia cerebral.
Nesse sentido, em relação à proteção das pessoas com deficiência, o Brasil assinou e se comprometeu em cumprir a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em Nova York, em 2007, assumindo o dever da inclusão social das pessoas com deficiências na sociedade.
As Paraolimpíadas representam um evento de alto rendimento, buscando promover a inclusão e inspirar as pessoas, demonstrando que as limitações físicas não são empecilhos para a realização de grandes desafios superados, valorizando as capacidades e não as deficiências. Por meio do esporte pode-se mudar a percepção em relação às pessoas com deficiências na sociedade.
A sociedade e os governos têm o dever moral e legal de remover as barreiras à participação e de investir recursos financeiros e conhecimento suficientes para liberar o vasto potencial das pessoas com deficiência. Os governantes de todo o mundo não podem negligenciar mais de 1 bilhão de pessoas com deficiência cujo acesso à saúde, reabilitação, suporte, educação e emprego tem sido negado, e que sempre foram tratadas sem respeito, discriminadas e excluídas.
Para uma sociedade mais humana e justa é preciso superar o desconhecimento, o preconceito e discriminação em relação às pessoas com deficiência com a inclusão, o acolhimento e compartilhamento das experiências. Todo ser humano tem muito para aprender e ensinar.
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