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Cátia Liczbinski

O que os Jogos Olímpicos de Paris representam na Igualdade de Gênero?

Para muito além da importância histórica das Olimpíadas, as deste ano representam muitas superações de obstáculos, não só relacionados diretamente aos esportes, mas em relação a valores e ideais sociais e políticas.

O esporte, além da competição, se refere a um trabalho em equipe, com persistência, esforço e respeito. Embora algumas polêmicas, a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, desde a sua concepção, foi pensada além do esporte, como um marco na busca da inclusão e luta pela diversidade.

A Olimpíada de Paris é a primeira a ter uma representatividade significativa de mulheres e pessoas da comunidade LGBTI+. A inclusão de atletas da comunidade LGBTI+ tem crescido expressivamente: em Tóquio 2020, aproximadamente 186 atletas dessa comunidade participaram da competição, representando uma maior aceitação e visibilidade para esses atletas em um evento global. Já neste ano, oficialmente ocorreu a maior representatividade LGBTI+ da competição. Mais de 180 atletas abertamente LGBTI+, incluindo 22 brasileiros, competiram em diversas modalidades.

Nesses Jogos Olímpicos de Paris 2024 ocorreu a distribuição igual de vagas entre homens e mulheres. Segundo o Comitê Olímpico Internacional, dos 10.500 atletas que deveriam competir, 5.250 são homens e 5.250 são mulheres. Essa paridade é uma conquista histórica e representa um passo significativo em direção à igualdade no esporte.

Também, mais da metade das provas contarão com a participação feminina, sendo 152 disputas femininas, 157 masculinas e 20 mistas (com participação de homens e mulheres), refletindo um movimento em direção a uma maior inclusão nas competições.

O Brasil inicialmente contou com 277 atletas, sendo 153 mulheres, representando 55% do total, o que reflete um avanço na representação feminina e compromisso com a igualdade de gênero no esporte para o nosso país. O resultado está expresso no número de medalhas: das 20 conquistadas, 12 foram por mulheres, e nestas estão as únicas 3 de ouro.

Os Jogos Olímpicos possuem visibilidade mundial e essa demonstração e representação buscando a igualdade de gênero deve influenciar percepções e atitudes em relação às mulheres, no esporte e em todas as esferas da vida, promovendo uma maior igualdade de oportunidades em todas as áreas.

No entanto os desafios continuam: as diferenças de remuneração entre atletas e na vida é grande, a própria cobertura jornalística não é igualitária, mas por ser a primeira olimpíada a destacar isso, com certeza é um grande avanço. Também é preciso continuar promovendo a educação e a conscientização sobre a importância da igualdade de gênero no esporte e na vida.

A continuidade do reconhecimento da importância das mulheres e o sucesso na busca da igualdade ocorrerá quando os governos investirem efetivamente em projetos de formação multidisciplinar envolvendo desde a medicina, tecnologia, continuidade do auxílio esporte ou outra espécie na escola desde o ensino básico, incentivando crianças e jovens. 

Estes jogos Olímpicos representaram o grande momento de reconhecimento de fato das mulheres e suas capacidades. O esporte vai além da competição, promovendo inclusão e formação social, ampliando e fortalecendo relacionamentos, e auxiliando na construção de uma sociedade mais saudável, inclusiva e ativa. O esporte une as pessoas e reflete positivamente nas suas vidas, oferecendo oportunidades de crescimento pessoal, integração social e qualidade de vida.

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