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Colheita

Produção de oliveiras aquece economia da região

Divulgação/ GOMarketing Digital imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Agroíndustria recebe o produto de vários municípios

Produtores da região estão colhendo as oliveiras. A 10ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva no Estado aconteceu na semana passada, em Viamão. Essa é uma cultura que está ganhando força na região da Campanha. A Azeites do Pampa Agroindústria está a pleno vapor. A agroindústria está localizada próximo ao Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer, na BR-153.

O produtor e cirurgião plástico André Previtalli, que tem propriedade na divisa de Bagé com Dom Pedrito, disse que para este ano a expectativa de colheita é no mínimo o dobro do ano passado. Segundo ele, em 2021 foram colhidas em torno de 50 toneladas. "Este ano esperamos colher 100 toneladas de azeitonas. Claro que a estiagem ajudou", disse.

Previtalli falou que iniciou a colheita na semana passada e já foram colhidas e prensadas 17 toneladas. E o rendimento tem sido, em média, de 13% em azeite. A colheita deve transcorrer todo o mês de março e parte de abril, afirmou o produtor.

Diego Andrade, que tem propriedade na localidade de Olhos D'Água, contou que a expectativa é aumentar a produção, que deve ficar em média de 40 toneladas - proporcionando 4,8 mil litros de azeite. Em relação a estiagem, Andrade disse que não afetou diretamente a cultura. "Tivemos chuvas, principalmente em janeiro, o que não afetou muito a produção. Em contrapartida devemos ter produtos com elevada quantidade devido a pouca chuva, quantidade de compostos minoritário, principalmente os polifenóis do fruto serão mais abundantes, o que proporciona maior vida útil e benefício do azeite ao consumidor", detalhou.

O produtor Humberto Acosta, que planta oliveiras na localidade do Baú, em Candiota, comentou que a estimativa de produção é a mesma quantidade do ano passado, porém, não disse quanto foi.

Industrialização

A Agroindústria Azeites do Pampa atende os municípios da região da Campanha. O sócio da empresa e responsável técnico da indústria, Emerson Menezes, contou que a industrialização do azeite de oliva começou há cerca de uma semana. Segundo ele, a empresa está recebendo a produção das oliveiras de Bagé, Dom Pedrito, Candiota Aceguá e São Gabriel. "A nossa expectativa é muito boa porque, até o momento, já foram beneficiados mais de 15 mil quilos de azeitona e a nossa estimativa é de 120 toneladas, permitindo assim gerar o dobro de azeite que foi produzido no ano passado", comemorou.

Segundo Menezes, levando em conta que o Brasil é o grande consumidor mundial de azeite e produz apenas 0,2% do que consome, o mercado é muito grande. "Hoje nós estamos ainda com o volume de produção baixo. Estamos trabalhando na região, mas, no momento que começar a produzir mais, o objetivo é avançar para as regiões Nordeste e Sudeste. Queremos ir para outros centros do país com um bom potencial de consumo", disse otimista.

Pesquisa

Pesquisadores da área de olivicultura do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural apresentaram uma pesquisa na abertura oficial da colheita da oliva, que vem sendo desenvolvida desde 2015.

Também foram apresentados os resultados parciais da pesquisa realizada em parceria com a Emater/RS-Ascar em 2020/2021, cujo objetivo foi obter informações sobre aspectos fitossanitários e nutricionais de olivais localizados em diferentes regiões do Estado, principalmente Depressão Central, Campanha e Serra do Sudeste.

"Queríamos identificar os principais desafios enfrentados pelos olivicultores para nortear ações de pesquisa e extensão para o setor olivícola do Rio Grande do Sul", explica a pesquisadora do DDPA, Andréia Rotta de Oliveira. Ela conta que os resultados preliminares dos 36 olivais investigados na pesquisa apontam a antracnose, o repilo (olho de pavão) e a cercosporiose (emplumado) como as doenças mais frequentemente observadas. "E a lagarta, as formigas e as cochonilhas são as pragas mais presentes nos olivais".

Conforme o estudo, as análises nutricionais do cálcio e do nitrogênio apontaram que 41% das amostras analisadas apresentaram teores foliares de nitrogênio abaixo do nível adequado. "No entanto, a adubação nitrogenada deve ser administrada com cuidado em oliveira, porque pode haver estímulo ao crescimento vegetativo e à redução do florescimento e frutificação", esclareceu o também pesquisador do DDPA, Bruno Lisboa.

Em relação ao cálcio, embora não tenham sido observadas amostras com teor insuficiente, 23% delas apresentaram teores foliares dentro da faixa adequada e 77% ficaram abaixo da faixa adequada.


Resultados

Os trabalhos científicos relacionados ao cultivo das oliveiras no Estado divulgados estão publicados na revista da Pesquisa Agropecuária Gaúcha (PAG) do DDPA.

São eles:

- Aspectos fitotécnicos do cultivo da oliveira no Rio Grande do Sul I: biologia reprodutiva

A viabilidade econômica da produção de azeite de oliva depende da produção de frutos, e vários fatores podem afetar a frutificação. O estudo aborda aspectos da biologia reprodutiva relacionadas à produção de frutos em oliveira, nas condições do sul do Brasil.

- Aspectos fitotécnicos do cultivo da oliveira no Rio Grande do Sul II: estudos sobre cochonilhas e controle da antracnose

O artigo traz informações referentes a espécies de cochonilhas (Hemiptera; Coccoidea) potencialmente pragas e controle do fungo Colletotrichum sp associado à antracnose em oliveira.

- Fenologia, exigências térmicas e composição mineral de folhas de variedades de oliveira no Rio Grande do Sul

O estudo aponta características fenológicas, exigências térmicas, composição mineral e teores de nutrientes de folhas de variedades de oliveira, em dois anos de cultivo na Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul.

- Pesquisa sobre hábitos de consumo e preferências dos consumidores com relação ao azeite de oliva no Rio Grande do Sul

A pesquisa aborda hábitos de consumo, critérios de escolha e preferência dos consumidores gaúchos com relação ao azeite de oliva, e dados que contribuem para guiar ações educativas e promocionais e auxiliar no desenvolvimento dessa cadeia.


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