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Avaliação do Estado aponta defasagem na aprendizagem

Reprodução/FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Conhecimento de alunos do terceiro ano seria equivalente ao ensino fundamental

A avaliação diagnóstica - aplicada para alunos do quinto ano do Ensino Fundamental e do terceiro ano do Ensino Médio da rede estadual de ensino, em março deste ano - teve resultados considerados lamentáveis pela secretária de Educação do Estado, Raquel Teixeira.

A informação é que 27% dos alunos do quinto ano estão abaixo do básico quando conhecimentos em língua portuguesa são considerados. Em matemática, 43% dos estudantes do quinto ano estão na mesma situação. Já 80% dos alunos do nono ano estão abaixo do básico e, no terceiro ano do Ensino Médio, o percentual sobe para 92%. Inclusive, em tal ano, conhecimentos considerados como "adequados" e "avançados" não atingiram 4%.

Em síntese, a secretária afirmou para a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para a qual apresentou os resultados da avaliação, que os índices mostram que os alunos do terceiro ano estão saindo da escola com nível de matemática de sexto e sétimo ano. "Raciocínio lógico, dedutível e abstrato, não existem. Isso é quadro muito assustador", destacou a secretária. Ela informou que a estratégia para reverter tal situação será aumentar a carga horária de português e matemática; e esclareceu que haverá concurso público para o magistério. Inclusive, o edital deve ser publicado em julho para a contratação de 1,5 mil docentes.


Coordenadora detalha estratégias

A reportagem buscou uma avaliação da titular da décima terceira Coordenadoria Regional de Educação, Miriele Barbosa Rodrigues, e questionou se professores têm relatado que os alunos têm enfrentado dificuldades e se isso se deve, pelo menos em parte, ao período em que os estudantes permaneceram sem aulas presenciais.

A coordenadora afirmou que existe sim uma defasagem decorrente da pandemia, mesmo que, no período, tenha ocorrido aulas por uma plataforma e tenha sido disponibilizado material impresso nas escolas. "A falta de presencialidade dentro da escola atrapalhou bastante e isso ficou evidente nessa avaliação", ponderou, ao esclarecer que a equipe "já está trabalhando arduamente para recuperar essa aprendizagem". Ela sustentou, porém, que, na regional, houve destaques positivos também, e que a grande maioria dos estudantes não está em um nível abaixo do básico.

Ela comentou que, para melhorar os índices, há o programa Aprende mais e já foi aumentada a carga horária de disciplinas como português e matemática. "A gente vem trabalhando cada vez mais para diminuir essa defasagem desde o ano passado", informou. "Aumentamos a carga horária de matemática e português já sabendo desse problema, dessa avaliação, para recuperar essa aprendizagem. As nossas escolas sabem e já estão trabalhando para suprir essa defasagem que ficou da pandemia", enfatizou.


Cpers opina

A reportagem também conversou com a diretora do 17° Núcleo do Cpers Sindicato, Ana Lúcia Cabral. Para ela, esses resultados são sim consequentes do período de pandemia, mas também do que definiu como uma política de desmantelamento da escola pública. "Falta de professores, salários defasados, investimento de recursos materiais nas escolas precário e também à política do governo de não reter alunos, para não ter prejuízo. Não reter o aluno só se justificaria com uma política pedagógica de recuperação em turno inverso, o que não ocorre por falta de recursos humanos", argumentou. "A escola pública vem sendo sucateada, como denunciamos há anos", acrescentou.

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