Os livros de fantasia voltaram a figurar entre os mais vendidos em todo o país. Um levantamento apontou um aumento de 60% na procura por este tipo de literatura. Em uma livraria local, títulos de literatura fantástica não estão entre os mais procurados, se comparados a romances e aqueles de desenvolvimento pessoal, como os de autoajuda. Porém, no estabelecimento, chamou atenção o crescimento na busca por títulos como "Harry Potter", "Corte de espinhos e rosas" e "A seleção", que não são lançamentos, mas seguem atraindo o público, sobretudo durante a pandemia.

Segundo a equipe da empresa, "Harry Potter" já é um clássico, ainda que moderno, "A Seleção" é um conto de fadas adaptado e "Corte de espinhos e rosas" é uma releitura de "A bela e a fera'. O empresário Richarles Nogueira destaca, no entanto, o interesse pela saga "Harry Potter", que sempre está com relançamentos. É possível encontrar cada um dos sete livros e seus derivados em diversas versões, até mesmo interativas e ilustradas.

Sobre o motivo do interesse por histórias como essa se manter, Nogueira pontua que, no contexto atual, a maioria dos adolescentes estão isolados e sentem a necessidade de serem transportados para um outro mundo, ou seja, esse tipo de literatura acaba ajudando a viajar sem sair de casa, e é reconfortante em momentos difíceis. Além disso, ele define o livro como uma ótima companhia naqueles momentos em que não podemos conviver com outras pessoas.

Outra procura relevante é a busca por livros clássicos. Nogueira menciona que não sabe dizer o que tem despertado o interesse dos leitores pelos clássicos, mas menciona que talvez o ter mais tempo para dedicar a leitura seja uma justificativa. Ele comenta que o interesse é de jovens a pessoas idosas. Outro motivo considerado por ele é o fato de que essas história são consagradas e são bons livros para investir tempo e dinheiro.

Na livraria que administra, entre os títulos mais procurados estão mesmo aqueles de desenvolvimento pessoal, e aí se encaixa os de autoajuda, assim como os de medicina e tratamentos alternativos, como reiki. Romances também têm tido uma boa saída e há uma variedade de opções, sobretudo daqueles considerados históricos. Destaque, aqui, para as obras de Julia Quinn, que têm feito muito sucesso e despertado o interesse, também, pela adaptação de uma das séries de autoria dela pela Netflix.

Mais de 60%

Segundo dados da Nielsen Global Media, que mede audiência e hábitos, o segmento de fantasia foi o que mais cresceu no mercado editorial, com 61% de aumento no volume de vendas desde março de 2020, quando a pandemia começou. Antes da pesquisa, segundo divulgação, as editoras já haviam percebido um incremento na venda de vários títulos. Pesquisas feitas por algumas delas indicam que as obras de fantasia estão sendo mais consumidas por adolescentes e os chamados jovens adultos (até 25 anos).