Inusitado
Pela primeira vez na história Câmara terá sessão na calçada
Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Sessão solene irá acontecer em frente ao prédio do Legislativo
Na próxima segunda-feira, pela primeira vez na história da Câmara de Vereadores, acontecerá uma sessão solene não dentro do plenário Lígia Almeida, mas, sim, na calçada na frente da casa legislativa. Em 2020 a vereadora Beatriz Souza (PSB) propôs o Título de Cidadã Bageense à inspetora de polícia civil e uruguaianense Patrícia Coradini, de 42 anos. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos vereadores, mas, em razão da pandemia, a homenagem não aconteceu na ocasião.
Acontece que consta no Regimento Interno da Câmara de Vereadores - artigo 58, inciso 1º - que para a realização solene é necessária a assinatura de nove vereadores, e Beatriz conseguiu apenas assinatura de cinco, e por esse motivo a cerimônia é impedida de ser realizada no plenário do Legislativo.
A proponente da homenagem disse que os vereadores da base do governo se recusaram a assinar o pedido porque a homenageada é a uma ferrenha adversária política do prefeito Divaldo Lara.
A homenageada Patrícia Coradini afirmou para a reportagem que vê essa situação como antidemocrática e uma falta de respeito. "Ninguém precisa concordar com o que falo, por isso estamos em uma democracia, mas se um policial civil não pode entrar na Câmara, quem pode, então", questiona a policial civil, com 17 anos de carreira.
Patrícia é presidente do Núcleo Bageense de Proteção aos Animais (NBPA) e inspetora responsável pelo Cartório de Crimes Ambientes.
A sessão de outorga do Título de Cidadã Bageense irá ocorrer na frente da Câmara de Vereadores, às 13h. A reportagem perguntou ao diretor-geral do Legislativo, Alexandre Camargo, se a cerimônia tem efeito legal, porque ocorrerá na calçada. Ele respondeu que sim,porque houve aprovação dos vereadores, mas que em nenhum momento foi negado o plenário da casa, só a vereadora que não conseguiu as assinaturas suficientes.
O líder do governo na Câmara, vereador Michelon Apoitia Garcia (PTB), contou que na segunda-feira passada os vereadores da base se reuniram e convidaram Beatriz para participar da reunião. Eles disseram que não era por falta de assinatura que a sessão não poderia ocorrer dentro do plenário, e que o local estava à disposição.
Segundo ele, a socialista respondeu que quem não queria agora receber a homenagem dentro do plenário era a homenageada.
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