O final de semana foi marcado por reclamações dos usuários do transporte coletivo de Bagé. Muitos usaram as redes sociais para se queixar da redução de horários dos coletivos. 

Ontem, os vereadores da oposição se reuniram para discutir o problema e pediram que seja mantido o horário do transporte coletivo. Os vereadores Beatriz Souza (PSB), Caren Castêncio, Lelinho Lopes, Marlon Monteiro e Patrique Cebola, do PT, protocolaram um pedido de manutenção do horário do transporte coletivo no final de semana. “A atitude foi impulsionada pela decisão das empresas responsáveis, junto do secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Rodrigo Fialho, que anunciaram uma mudança às vésperas do final de semana”, alegaram os vereadores. 

Eles argumentam que a decisão prejudicou centenas de trabalhadores que dependem dos ônibus. “Não pode prejudicar quem trabalha até mais tarde nos finais de semana, mas também não pode aumentar o valor da tarifa, que já é muito alto”, se manifestaram. 

Segundo os vereadores, o argumento das empresas é que o aumento do diesel anunciado pela Petrobras forçou a redução dos horários para que não haja o prejuízo. 

Contraponto 

Por meio de nota, a Comunicação da Prefeitura respondeu que a Câmara de Vereadores recebeu, em sessão especial proposta pelo vereador Geraldo Saliba (PTB), ontem,  Rodrigo Fialho, e os representantes da Stadtbus, André Oliveira, e da Anversa, Mardônio Martins. Segundo a informação, na ocasião, Fialho solicitou a realização de uma audiência pública para discutir a situação do serviço de transporte coletivo na cidade. 

De acordo com a nota da Prefeitura, o gerente da Stadtbus relatou que diversos aspectos têm impactado para a manutenção do serviço. “Em 26 de maio, o valor do litro do óleo diesel estava em R$ 4,26, passando para R$ 6,24 atualmente. Assim, como eu fecho a conta com essa suba? A quilometragem é a mesma, são 4 500 quilômetros diários. E terá, segundo os fornecedores, mais aumento no preço do diesel porque as distribuidoras não conseguem tirar o combustível das refinarias. Estão segurando o diesel e isso tem impactado na elevação do produto”, falou. E apontou, como justificativa, a suspensão em horários no último final de semana, como medida emergencial pela falta de diesel adquirida junto às distribuidoras. 

Conforma a comunicação da Prefeitura, o representante da Anversa disse que um dos princípios da tarifa é que ela seja acessível a todos, e que, no ano passado, um estudo apresentado pela empresa Fundatec apontou que o valor tarifário deveria ficar em R$ 5,54, mas que foi entendido que esse preço causaria um impacto maior aos  bageenses. Assim, chegou-se ao preço atual de R$ 5. Hoje, com atualizações, o valor indicado ficaria em R$ 6,50.  

“Para ter um custo acessível e baixo a todos em tarifa, o serviço precisa ter um volume de usuários. As linhas são fixas e precisam ser mantidas, mas o custo necessita da quantidade de passageiros que estão a utilizando. E esse volume que custeia o transporte público tem diminuído muito desde a pandemia. No entanto, do outro lado, os custos se mantiveram elevados e, agora, temos essa suba expressiva no diesel”, alegou.  

Fialho falou que o governo municipal está há dois meses discutindo com representações de entidades para que o serviço de transporte público seja remodelado. “O governo municipal tem apoiado as empresas com isenções e também com medidas como a isenção e remissão do ISS. Não queremos aumentar a tarifa porque sabemos que isso não será a solução. Portanto, é necessário que se discuta em audiência pública iniciativas como a diminuição de ônibus circulando em dias como domingo para que se mantenha a tarifa no valor que é praticado”, defendeu.