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Alcoolismo

Uma doença progressiva e fatal

Magda Ehlers/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Período da pandemia elevou o consumo de bebida


Um das maiores chagas enfrentadas por muitas famílias é o alcoolismo. O vício destrói a saúde, relacionamentos e o bolso do consumidor. O dia 18 de fevereiro assinala o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. A data tem por objetivo alertar e conscientizar a população sobre os malefícios provocados pela bebida alcoólica.

Foram feitas inúmeras publicações sobre o aumento do consumo de bebida alcoólica durante a pandemia. Frente a essa situação, mais do que nunca se faz necessária uma reflexão para o enfrentamento desse problema que destrói vidas e famílias.

A reportagem conversou com a psicóloga e coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), Etiene Nunes, e com o coordenador do grupo Alcóolicos Anônimos de Bagé.

Etiene pontuou que o álcool é considerado a bebida das comemorações e consolo dos desafetos. Segundo ela, ao longo da história, o alcoolismo ocupa uma posição de destaque na cultura da humanidade.

A psicóloga contou que o consumo de bebida alcoólica por parte dos jovens tem sido cada vez maior. "A ingestão considerada social esconde atrás das festividades a dor e o sofrimento causado por quem sofre com o adoecimento mental e clínico que o álcool proporciona", sublinhou.

A coordenadora do Caps salientou que após uma pessoa ingerir a bebida, a euforia dura pouco e logo vem a fase depressiva: o cérebro sofre danos irreversíveis e em casos extremos, os órgãos são afetados, como o fígado, por exemplo. Ela alerta que o consumo do álcool causa inúmeras doenças como pancreatite, colite, gastrite e a fatídica cirrose. "Aqui em Bagé o Capas AD, que é uma unidade de saúde SUS , recebe a população que esteja em tratamento ou encontra-se em sofrimento pelos danos causados pela bebida", disse.

Fundo do poço

De acordo com a coordenadora, o serviço conta com psicólogos, equipe de enfermagem, serviço social, médico clínico e psiquiatra. Segundo Etiene, mensalmente são atendidas em torno de 500 pessoas. "É uma demanda que infelizmente só aumenta devido ao advento do uso de drogas, além do álcool", falou.

Etiene disse que a maioria das pessoas que buscam o atendimento são homens com faixa etária de 18 a 40 anos e muitas vezes essas pessoas vão porque chegaram ao fundo do poço. Em outros casos, a coordenadora contou que os familiares costumam procurar o Caps com mais frequência. "Por isso oferecemos acompanhamento familiar, mas a demanda precisa ser espontânea, salvo as exceções de busca ativa pelo Ministério Público, Conselho Tutelar e Presídio Regional de Bagé", enfatizou.

Uma doença progressiva

O coordenador do Alcóolicos Anônimos contou que está no grupo há 33 anos e a cada dia é uma nova esperança. "Aqui nós ouvimos os mais variados relatos de pessoas que estão precisando de ajuda. Eu, por exemplo, já sai de madrugada para socorrer uma pessoa que estava precisando muito de ajuda", relatou.

Ele falou que nesse período da pandemia aumentou a procura por ajuda em torno de 40%, tanto de homens como mulheres. "O álcool é uma doença progressiva e fatal porque leva a morte, muitas pessoas acabam perdendo a família, dinheiro e patrimônio por causa da dependência . Quando a pessoa vem até aqui é porque ela está desesperada e o nosso lema é ajudar", mencionou.

Doença crônica

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos. O alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada. Além da já reconhecida predisposição genética para a dependência, outros fatores podem estar associados: ansiedade, angústia, insegurança, fácil acesso ao álcool e condições culturais.

 

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