Salões de beleza
Um dos setores mais castigados pela falta de água
Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -
Um dos setores que mais movimenta e economia de Bagé é o de salões de beleza. São inúmeros os estabelecimentos espalhados pela cidade e todos sempre abarrotados de clientes - isso em tempos normais. Mais uma vez, a Rainha da Fronteira sofre com a severa falta de água, que é a locomotiva dos profissionais da beleza.
Pelo que esse setor representa para a economia, o Folha do Sul foi conversar com alguns profissionais. Isso para saber como eles estão lidando com a escassez de água e com a probabilidade de se agravar mais ainda a situação dos reservatórios e, consequentemente, do abastecimento. Os bageenses encaram um racionamento de 12 horas e que irá passar para 15 já no dia 21 de março.
Carine Morales tem salão de beleza no bairro São Bernardo. Ela relatou que atua há 21 anos como cabeleireira. A profissional disse que o racionamento está prejudicando o movimento do salão. Carine não tem caixa de água e, pelo rodízio, o bairro tem água apenas na parte da tarde. “Esses dias eu perdi uma cliente porque ela só tinha o horário da manhã livre e eu só posso atender à tarde”, lamentou.
Indagada sobre quais os serviços mais procurados no salão, a profissional disse que é o corte de cabelo, coloração e progressiva. Carine falou que não tem o que fazer para driblar a falta de água .
Atuando há 12 anos em salão de beleza, Sandra Domenech comentou que atende em média cinco pessoas por dia e que os serviços mais procurados são mechas, corte, manicure e pedicure. Sandra disse que nunca mediu o quanto gasta por dia de água no salão.
Ela comentou que o movimento diminuiu sim, mas não pelo racionamento, e sim, segundo ela, pela recessão. “Como o salão tem água apenas na tarde, é o horário que funciona”, resumiu. Umas das mais experientes cabeleireiras da cidade, Celimar Pereira, tem 30 anos de profissão. A profissional sustentou que, hoje, atende cerca de oito pessoas por dia, e que os serviços mais procurados são corte, escova e colorimetria.
Perguntada se o movimento diminuiu, Celimar respondeu que não. Em relação ao consumo de água, ela explicou que para todos os procedimentos feitos é necessário lavar o cabelo, mas que nunca mediu o consumo, porque o salão dela tem uma caixa de mil litros, uma reserva que permite que os atendimentos sejam feitos normalmente.
Atendimento pela metade
Com o atendimento que teve que ser reduzido em 50%, o cabeleireiro Marcos Senna relatou que tem 23 anos de profissão. Segundo ele, em tempos normais, o espaço atendia em média 40 pessoas e, hoje, em função do racionamento, está em cerca 15 clientes. Senna salientou que o movimento diminuiu principalmente por causa da falta de água. “Gastamos aproximadamente sete litros de água por cliente”, pontuou. Questionado sobre como ele faz para driblar a falta de água, o profissional respondeu que umas das medidas foi diminuir o número de atendimentos e usar o mínimo possível de água.
A cabeleireira Mari Silveira, com 20 anos de profissão, disse que o movimento é muito estável e que a procura é por corte de cabelo, progressiva, manicure e pedicure. “Não podemos esquecer que a crise está muito grande. O movimento durante a semana é calmo e, no sábado, atendemos em média 15 pessoas. Claro que é com hora marcada”, disse.
Mari falou que nunca mediu o que é gasto de água no salão, e que se o espaço não tivesse caixa de água, segundo ela, certamente hoje, em função do racionamento, já estaria fechado.
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