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Sindicatos divergem sobre revogação do novo Ensino Médio

Divulgação Cpers imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Este início de ano letivo tem sido marcado por manifestações de estudantes e professores de escolas públicas em todo o país, clamando pela revogação do novo Ensino Médio. As mobilizações acontecem em forma de aulas públicas, como forma de expressar o principal argumento: o modelo não prepara os jovens, de fato.

De acordo com a presidente do núcleo local do Cpers, Ana Lúcia Cabral, atividades como aula na rua têm sido realizadas para debater as perdas de qualidade do Ensino Médio com a reforma. Ana Lúcia ressalta que o Cpers Sindicato é contra a reforma por conta da redução de carga horária de disciplinas importantes, o que afeta as possibilidades dos alunos, inclusive para o ingresso na faculdade.

Além disso, Ana Lúcia destaca que nem os próprios professores foram preparados para a implementação da reforma, o que agrava ainda mais a situação. E detalhou que, por isso, professores em Bagé e outras cidades estão promovendo debates com seus alunos e comunidade escolar para discutir os impactos da reforma. As imagens mostram uma aula na rua, na quarta-feira, em Caçapava do Sul, demonstrando a insatisfação dos envolvidos com o novo Ensino Médio.


Entenda

A reforma curricular trouxe consigo novas disciplinas e o que é definido como flexibilidade para os estudantes em relação ao currículo. No ano de 2022, a reforma passou a abranger as turmas de primeiro ano do Ensino Médio, mas o currículo ainda se assemelhava ao antigo, com apenas três novas disciplinas incluídas: Projeto de Vida, Mundo do Trabalho e Cultura e Tecnologias Digitais.

Foi somente em 2023 que a principal mudança teve início: os alunos que ingressaram no segundo ano do Ensino Médio agora têm acesso à parte flexível da carga horária. Nessa etapa, os estudantes têm a possibilidade de escolher entre duas ou mais áreas para aprofundar seus conhecimentos. Na rede estadual do RS, por exemplo, existem 28 trilhas de aprendizagem possíveis, sendo que cada escola precisa oferecer, no mínimo, duas opções.


O que diz o Sinepe

O Sindicato do Ensino Privado do RS se posiciona contrário às manifestações que pedem a revogação da Lei 13.415/2017, que instituiu o novo Ensino Médio. Por meio de nota, o Sinepe argumenta que o novo modelo traz, para o Ensino Médio, uma perspectiva diferente de tratar o ensino e a aprendizagem, e introduz a formação geral básica integrada aos itinerários formativos, flexibiliza o currículo, moderniza as etapas de formação dos jovens e põe fim a alguns dos grandes entraves da educação no país. "O encaminhamento posto tem a sabedoria de atribuir a cada rede de ensino e/ou escola discernir o que melhor responde a necessidade de cada público", sustenta.

A entidade destaca que, desde a promulgação, orienta as escolas privadas em relação às suas determinações, na capacitação das coordenações e de seus professores, na disponibilidade de uma infraestrutura física capaz de proporcionar condições para o desenvolvimento das atividades pedagógicas e no esclarecimento junto aos alunos e famílias a respeito da nova organização. "O que era necessário ser feito para sua implementação, o ensino privado fez", enfatiza.

Ainda em nota, o Sinepe pontua que não é difícil ver falhas e limitações na sua implementação. "Fazer adequações e ajustes faz parte do processo e sempre são necessários. Mudar algo é ser flexível", argumenta. Para o sindicato, porém, será um retrocesso injustificável "impedir a continuidade do processo para aquelas escolas, seus professores, seus alunos e suas famílias que não mediram esforços para cumprir a lei e se adequaram às novas exigências impostas por ela". Por fim, reitera a importância de aperfeiçoar os processos. "Porém, somos contrários à revogação", defende.

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