BAGÉ WEATHER

Saúde mental

Pesquisa aponta aumento de depressão em jovens

Reprodução FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Mais casos diagnosticados são resultado de maior busca por ajuda

Uma pesquisa apontou que, das capitais brasileiras, a do Rio Grande do Sul é a que tem o maior percentual de pessoas com depressão. Um dado que chama atenção, no país todo, é o aumento de casos de depressão entre os jovens durante a pandemia.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) é realizada todos os anos pelo Ministério da Saúde. E, no ano passado, quem participou respondeu: "Algum médico já lhe disse que o(a) senhor(a) tem depressão?". Um total de 27 093 participaram. Isso em todas as capitais.

Em Porto Alegre, 17,5% afirmaram terem sido diagnosticados. Trata-se do maior índice entre capitais e superior a média nacional, que é de 11,3%. Vale mencionar que os outros dois Estados do Sul do país estão entre cinco primeiros colocados: Florianópolis, capital de Santa Catarina, figura em terceiro lugar, com 17,1%, e Curitiba, capital do Paraná, em quinto, com 16,1%.

A reportagem conversou sobre o tema com a psicóloga Dilce Helena Alves Aguzzi. A pesquisa, vale destacar, apontou que adultos mais jovens, de 18 a 34 anos, têm sido mais diagnosticados com depressão e isso pode estar totalmente ligado ao período de distanciamento social, durante a pandemia de covid-19, e também a outros fatores considerados pela profissional.

Entrevista

FS - Por que, acreditas, o RS está entre os Estados com mais casos?!

Dilce - O RS liderar em casos de depressão pode ter várias questões envolvidas, que vão desde aspectos culturais, menor incidência de luz solar nos meses de outono e inverno, a alteração da rotina e situações estressantes e traumáticas vivenciadas na pandemia.

As campanhas de conscientização podem ter aumentado a informação e o reconhecimento dos sintomas, levando a população a buscar mais por auxílio especializado. Além disso, não podemos desprezar os excessivos diagnósticos que tratam como doença situações normais da vida. Nem toda dor emocional, nem toda tristeza, luto ou situação de perda é depressão, porém ainda ocorrem diagnósticos equivocados.

FS - Quais aspectos podem ter contribuído para isso?

Dilce - Os índices já vinham apontando para um crescimento de casos. A pandemia trouxe uma lente de aumento para essa situação através do pânico, traumas, alteração muito intensa de rotina, afastamento de círculos afetivos, diminuição de atividade de lazer e física. Além disso, nosso padrão de vida cada vez mais exigente em todos os sentidos.

FS - O que, durante a pandemia, impactou tanto os jovens?

Dilce - Acredito que, principalmente, a diminuição do convívio, com os meses de aula on-line e o excesso de exposição às telas. As crianças e jovens necessitam muito da socialização para completar saudavelmente seu desenvolvimento biopsicossocial.

FS - Notou um aumento na procura por ajuda?

Dilce - Sim, noto um aumento de procura por avaliação, orientação e, também, acompanhamento psicológico de crianças e adolescentes. É importante salientar que cada caso é um caso, generalizações não costumam dar certo em se tratando de saúde mental. Em caso de dúvida, é importante buscar auxílio de profissional especializado. Psicólogo clínico, psiquiatra e, na rede pública, os Caps, centros de atendimento psicossociais.

Buscar uma atividade nova e criativa coerente com nosso propósito de vida, conviver com pessoas significativas afetivamente, praticar atividade física regularmente, aprender algo novo e buscar autoconhecimento são práticas recomendáveis para uma boa manutenção de nossa saúde mental.

Mostra resgata a tradição e religiosidade de Auxiliadora Anterior

Mostra resgata a tradição e religiosidade de Auxiliadora

Hulha Negra concede aumento aos servidores Próximo

Hulha Negra concede aumento aos servidores

Deixe seu comentário