Tributo
Norma, a melhor de nós
Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -
Foi-se a maior poeta de Bagé.
Foi-se aquela que amava os outonos.
Que não se acostumava aos adeuses.
Norma Vasconcellos,
mulher de palavra severa amável
forte certeira sensível.
"O melhor de mim
é sempre a minha opção mais aflita",
suspirou um dia em poemas.
"Precisamos de uma cara
para o nosso artesanato, tão rico",
protestou, clamando identidades.
"Estamos indo, quem vem para nos substituir ?"
conclamou no Cultura Sul, no Ecoarte, na literatura.
Norma era um avalanche de palavras, frases, poemas.
Um dia, lá nos anos 80,
seus versos me atingiram
- em cheio, tentei me erguer, não conseguia.
E quando estava quase de joelhos
outros versos voltaram a me derrubar
- densos francos firmes norteadores.
Quem é essa mulher, perguntei, tenso,
sôfrego, caído, arrastado. Amiúde.
- Essa é a maior poeta desta terra.
Ela. Norma. Em lápis e pincéis.
Impregnada de filosofias, poesias e pinturas.
Pura e notável de sala de aula.
"O que não sou procuro em cores,
o que não sei desmancho em frases",
voltou a me atingir. Impiedosa, amorosa.
Que saudades estamos sentindo hoje.
Adeus, Norma Vasconcellos.
Segue para junto deles,
que se atreveram a ir antes de ti,
amigos, poetas, anjos cheios de missões
que vieram para nos desencaminhar
em versos para as águas, a praça da estação,
catedral, arroios, amigos...
Adeus. Vai.
Fica entre os outros teus,
que também são nossos, e nos espera.
(De Gladimir Aguzzi, admirador e amigo)
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