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Franciscanas: 150 anos presentes no Rio Grande do Sul

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Irmãs Luciana e Maria Ana

No longínquo ano de 1872, começava, no Rio Grande do Sul, uma das mais importantes missões e que um dia iria aportar em Bagé. O dia 2 de abril deste ano marcou os 150 anos da chegada, no Rio Grande do Sul, das seis primeiras freiras da Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã.

Vindas da Alemanha, as missionárias atravessaram o Atlântico para desbravar as terras do Rio Grande do Sul. O ponto inicial foi São Leopoldo. A semente plantada pelas seis religiosas alemãs em solo gaúcho hoje se estende pelas cinco regiões do Brasil, Guatemala e Argentina. O foco da missão das franciscanas são a educação, saúde e a inserção popular (trabalho social).

Em Bagé, as irmãs já tiveram forte atuação em diferentes setores da Santa Casa de Caridade, uma comunidade no bairro São Judas Tadeu, além de uma casa de formação para jovens vocacionadas. Permanece como uma das mais importantes instituições de ensino - e referência na região -, o Colégio Franciscano Espírito Santo, celeiro de educação na cidade.

A reportagem conversou com a diretora da instituição, irmã Maria Ana Klein ,e a jovem irmã que está no juniorato (etapa de formação que antecede os votos perpétuos), Luciana dos Santos, 26 anos.

Maria Ana descreveu as seis irmãs alemãs como muito corajosas, pois não sabiam nada dos costumes e do idioma daqui. Porém, confiantes em Deus, vieram para o Brasil.

A religiosa contou que, na comunidade do Colégio Franciscano Espírito Santo, tem a irmã Hednvig Rockembach, de 87 anos, e a jovem Luciana, que é natural de Minas Gerais e está em Bagé há pouco mais de um mês. "A vida religiosa não pode perder a sua essência. Existem valores inegociáveis de que não podemos abrir mão, por exemplo, o cultivo espiritual dos nossos votos, onde prometemos a Deus viver uma vida de pobreza, sem apegos, obediência aos nossos superiores", sublinhou a irmã.

Vocação

A irmã mencionou o voto de castidade e explicou que o amor de uma religiosa consagrada não é dedicada a um homem, mas a todas as pessoas. Ao ser indagada como perceber quando uma jovem tem vocação religiosa, Maria Ana responde que são percebidos alguns sinais, mas a consciência e o discernimento é da pessoa. "Não tem como eu olhar e dizer que aquela pessoa vai ser um religioso ou uma religiosa. Ela pode apresentar alguns sinais e aí nós fazemos o convite e existe todo um período de preparação, de muito estudo e de aprofundamento para a pessoa saber bem o que ela está assumindo", pontuou.

A religiosa enfatizou que, hoje em dia, para atrair os jovem para a vocação religiosa, a conversa tem que começar na família e também pelo próprio testemunho dos consagrados.

Jovem religiosa

Natural de Novo Cruzeiro, interior de Minas Gerais, irmã Luciana dos Santos está cursando Fisioterapia na Urcamp. Sobre a opção pela vida religiosa, a jovem diz que foi um chamado de Deus.

"Sempre achei muito bonito o trabalho das irmãs na minha cidade, aí resolvi entrar para a congregação, onde fiz o voto de obediência e fui convidada pela minha provincial (irmã Nilvete Soares Gomes) a aceitar essa missão em Bagé e está sendo uma experiência muito boa" garantiu.

Vida austera

Antigamente se chamava claustro ou clausura a residência dos religiosos. Com exceção de algumas congregações contemplativas, que são mais fechadas, hoje a maioria delas são mais abertas, como é o caso da Congregação das Irmãs Franciscanas da Caridade e Penitência Cristã.

A rotina das religiosas se divide entre o ensino no colégio e atuação na Paróquia Nossa Senhora da Conceição. O dia começa cedo, com a meditação diária e oração em conjunto na capela da comunidade. Ao longo do dia, cada uma assume suas tarefas. Cada uma reserva seu tempo para oração, leituras e estudo.

Nova missão

A educadora conta que, no dia 3 de abril, foi aberta uma nova comunidade em Cachoeira do Sul. Naquele município, as irmãs franciscanas irão trabalhar na catequese e nas paróquias.

Etapas de formação

O primeiro passo para a jovem que quer seguir a vida religiosa é o chamado juvenato. Nesse período, ela convive em comunidade com outras jovens que têm a mesma aspiração, estuda e começa a descoberta de suas motivações vocacionais com acompanhamento de uma irmã instrutora.

O segundo passo é o postulado - onde a jovem faz a transição da vida mundana para a religiosa. É uma etapa de aprofundamento e de conhecer e estudar a vida e carisma de Madre Madalena Damen, fundadora da congregação de São Francisco de Assis.

O passo seguinte é o noviciado - essa etapa é o alicerce da formação da vida de religiosa. São dois anos intensos de formação e de convivência comunitária, com acompanhamento de uma irmã chamada de mestra.

A quarta etapa é chamado juniorato. A jovem faz os primeiros votos temporários. É a fase de aprofundar a identidade da vida religiosa e onde a jovem é enviada para diferentes comunidades da congregação. É o período que começam ou dão seguimento aos estudos de formação profissional.

A etapa seguinte e definitiva são os votos perpétuos. Toda a formação pode levar muitos anos, depende de pessoa para pessoa.


Missão

A Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã foi fundada no dia 10 de maio de 1835 por Madre Madalena Damen, na Holanda. No Rio Grande do Sul, tem duas províncias - a Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo, e a Imaculado Coração de Maria, em Santa Maria, a qual pertencem as irmãs do Colégio Franciscano Espírito Santo.


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