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Economista explica elevação generalizada de preços

Reprodução FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Tudo subiu: do trigo a cenoura

Muitos leitores questionam: afinal, por que tudo está tão mais caro nos mercados, da farinha de trigo a cenoura? A reportagem conversou com o economista da Universidade Federal do Pampa, Eduardo Palmeira, sobre os principais motivos da elevação de preços generalizada.

O profissional lembrou que o Brasil enfrenta problemas de produção. "Quando sobe produto no mercado é em função de se ter uma demanda maior que a oferta. Por exemplo, farinha de trigo. O Brasil não produz trigo suficiente, tem que importar trigo. Assim como em outros países: se temos problemas climáticos, quebra de safra, tudo isso afeta", esclareceu.

Ele acrescentou que também impacta no preço de produtos como a cenoura (ao seguir o exemplo já citado) os insumos mais caros, o que faz com que muitos parem de produzir. "Havendo maior demanda do que oferta, claro, o preço vai subir, isso é a lei de mercado", sustentou. Palmeira ainda explicou que também está entre os motivos para a elevação dos preços o fato de que as pessoas - no mundo inteiro - estão se alimentando mais.

"Isso é um fator que a gente não pode negar. Nos dois últimos anos de pandemia, eu acredito e isso está praticamente comprovado, aquelas pessoas que não sabiam nem cozinhar tiveram que aprender. Aqueles que conseguiram ficar em casa, que antes comiam na rua, em casa se alimentam mais, fazem um almoço, uma janta. Tudo isso influencia", pontuou.

"E ainda bem que nós não tivemos um desabastecimento por completo, porque o agronegócio brasileiro manteve sim um grau de produtividade muito bom, fazendo com que nós não ficássemos desabastecido", ressalvou. Porém, muitas pessoas, com a crise, viram que não estavam conseguindo distribuir, ficaram sem mão de obra, e tudo isso influencia direta e indiretamente para o mercado", disse, ainda. "Esse é um problema sério", enfatizou.

Sobre tendências, ele esclareceu que o agronegócio brasileiro vai sentir um impacto. "Muitos produtos serão impactados na sua produção em virtude de não termos o mesmo tipo de abastecimento que tínhamos antes", disse. A fala faz referência ao acesso a insumos para produção, fertilizantes e defensivos agrícolas. "Com isso, ainda poderemos ter um impacto de preços diferenciados", explicou. O economista alertou que a população, nesse cenário, tem, muitas vezes, que escolher, optar.

"A gente precisa, de certa forma, também entender que nós temos produtos de estação. Produtos da safra. E consumir os produtos da safra", sustentou. Ele argumentou que, antes, por exemplo, havia a época em que havia tomate e depois não. "Hoje, a produção em estufa, produção em ambiente controlado, tem conseguido manter ainda um pouco mais, mas poderia ser bem pior (o desabastecimento), pois, em tempos passados, e não estamos falando de muitos anos, estamos falando de 30 anos atrás, sequer nós teríamos alguns produtos. A gente melhorou também a nossa maneira de produzir", pontuou.

Além de tudo o que foi citado, o economista ainda lembrou que, nesta balança do desabastecimento, ainda é preciso considerar a guerra entre Rússia e Ucrânia. "Claro que vamos enfrentar sim, possivelmente, por este motivo de guerra na Europa, entre Rússia e Ucrânia, o desabastecimento de produtos que vão impactar diretamente na produção agrícola do Brasil", finalizou.

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