Outubro começa e há muita expectativa pelo 12 de outubro, Dia das Crianças. A data representa fôlego para o comércio, que também comemora, neste período, a entrada de uma nova estação, o que sempre motiva os consumidores às compras. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Bagé, Ricardo Souza, comentou que, em conversa com lojistas e associados, sobretudo do comércio varejista, constatou que a expectativa é de incremento nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. O percentual de elevação deve ficar entre 5% e 10%. 

"Mesmo o Dia das Crianças não sendo uma data como é o Dia das Mães ou Natal, está entre as sete datas mais importantes de venda do nosso comércio varejista", sustentou. O presidente, porém, lembrou que a situação inflacionária deve ser considerada, já que isso reduziu o poder de compra do consumidor. "Mas com o Auxílio Brasil, com todas as vantagens que o governo está colocando no mercado, acreditamos que isso vai dar um oxigênio maior para que o nosso consumidor possa, logicamente no Dia das Crianças, presentear e fazer uma movimentação maior no nosso comércio. Estamos com uma boa expectativa ", argumentou.

Conforme avaliação da Fecomércio, o Dia das Crianças ocorrerá em um cenário de pandemia controlada, mercado de trabalho aquecido e nova rodada de estímulos fiscais. Um outro ponto observado é que o aumento de renda disponível tem ocorrido em famílias que tipicamente têm mais crianças, o que deve repercutir nas vendas, principalmente de lojas que atuam com foco em rendas mais baixas.    

"Por outro lado, é preciso observar que a inflação, apesar dos recentes alívios trazidos sobretudo pelas desonerações do ICMS, permanece alta, e os juros elevados, que encarecem o crédito, são limitantes do consumo", sustentou a entidade. Ainda, tanto o percentual de famílias endividadas quanto inadimplentes está alto. "Outra questão relevante é que o comércio de bens deve também concorrer com uma maior parcela do orçamento destinada ao consumo de serviços", finalizou a Fecomércio.  

Presentes mais caros 

Neste ano, os produtos tipicamente comercializados no Dia das Crianças serão marcados por preços maiores, segundo a Fecomércio. No acumulado, em 12 meses até agosto, os brinquedos ficaram 20,32% mais caros do que no mesmo período do ano passado, enquanto a cesta de consumo medida pelo IPCA aumentou 8,73%. O aumento também ocorreu com roupas e calçados infantis. Nesse contexto, a expectativa é que os comércios que são mais impactados pela data registrem em 2022 um faturamento nominal superior ao do mesmo período do ano passado. "Entretanto, é importante frisar que uma grande parte desse incremento vem do aumento de preços", esclareceu a entidade. Esse setor foi altamente impactado pelo aumento de custos nos últimos 12 meses. Ainda assim, descontada a inflação, o volume de vendas deve ser levemente mais alta do que o ano passado. "Esse ano, muito mais do que nos dois últimos anos, os serviços serão fortes concorrentes do varejo de bens na disputa pelo presente do dia das crianças", completou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio RS.   

Entre os itens buscados para presentear, a avaliação destaca que os artigos recreativos e esportivos, que incluem brinquedos, devem apresentar receitas maiores do que 2021, com algum impulso também em itens de vestuário, calçados e eletrônicos. Vale observar que as vendas do comércio, porém, irão concorrer com os serviços em maior intensidade do que nos últimos anos, de forma que os gastos para comemorações e experiências podem ter preferência ou maior espaço na destinação do orçamento das famílias para a data, que se aproxima em um contexto pandêmico bem diferente do ano anterior.