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Economista explica elevação de preços e crise mundial

Thalia Silveira/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Profissional destacou que consumidor tem pesquisado preços

Quem vai ao mercado diariamente percebe um aumento no preço dos alimentos. Outros produtos também subiram, como medicamentos, roupas e calçados. Vale mencionar recente publicação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. De acordo com a pesquisa, o salário mínimo deveria ser cinco vezes maior só para que seja possível alimentar uma família de quatro pessoas.

Entre os produtos cujo preço aumentou e em todas as capitais do país está o leite integral. Em Porto Alegre, por exemplo, capital do Estado, a suba de tal produto foi de 14,67%, a segunda maior do país. Mas não é o leite o único "vilão" da cesta básica mais cara: o preço da farinha de trigo teve seu preço elevado em todas as capitais, assim como o feijão e o café. A reportagem conversou com o economista Eduardo Palmeira sobre o atual contexto e a expectativa para o segundo semestre de 2022. O profissional lembrou que a crise não ocorre exclusivamente no Brasil e a suba de preços também é registrada em outros países. Ele citou, como exemplo, o aumento dos combustíveis em países como Estados Unidos e Portugal.

Palmeira ponderou que a crise é muito consequente do pensamento "primeiro fica em casa, a economia se vê depois". A forma como o lockdown foi conduzido, inclusive no Rio Grande do Sul, para ele, impactou e muito. Mas, é claro, outros fatores foram determinantes e isso no mundo inteiro. Uma mudança no hábito de consumo - consequência da pandemia - foi o de recorrer a internet para as compras. Isso levou muitos trabalhadores a perderem o emprego. Ao mesmo tempo, ponderou o profissional, a produção caiu, a demanda aumentou e isso levou a elevação de preços e à inflação.

O economista reiterou que o Brasil enfrenta a crise mundial como outros países. A diferença, para ele, é que alguns posicionamentos para uma reação foram anteriores a de outras nações. Inclusive, destacou que o Brasil tem despertado interesse de investidores. Ele ainda citou a guerra entre a Ucrânia e a Rússia como fator que impactou e muito um dos principais pilares da economia, o agronegócio. E ainda sobre tal área, mencionou que enquanto tudo estava parado, o agronegócio não parou - o que foi determinante ou a situação poderia ser mais grave, com desabastecimento. Ele lembrou que não se enfrenta escassez de alimentos, mas que houve uma desaceleração no ritmo da produção e, com a demanda, o impacto nos preços foi significativo.

O preço do trigo foi muito impactado pela guerra e concomitante a isso a Argentina, que tem grande produção, enfrenta graves problemas sociais. Ou seja, a crise é resultado de um conjunto de fatores e é mundial. Ainda mencionou uma questão enfrentada no país que é a falta de reposição salarial: exemplificou que trabalhadores públicos estão há, no mínimo, cinco anos sem reposição da inflação. Sobre o segundo semestre, ressalvou algumas preocupações: o ano é eleitoral e o país vive uma polarização. "Me assusta muito mais a questão político-partidária e jurídica do que efetivamente a questão econômica. Vamos continuar tendo problemas, mas pelo menos não enfrentamos escassez", pontuou, ao lembrar que os preços altos são muito decorrentes da demanda e da suba dos valores de matérias-primas.

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