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Aparelho da Radioterapia deve encurtar tempo de tratamento

Thaís Nunes imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Está previsto para o segundo semestre de 2022 o início do funcionamento da Radioterapia em Bagé. A previsão foi dada ontem pela provedoria da Santa Casa de Caridade durante uma entrevista coletiva concedida à imprensa. Também foi anunciado que o hospital contará com um acelerador linear mais moderno, que vai garantir maior agilidade no tratamento dos pacientes oncológicos.

O hospital irá contar com um equipamento chamado acelerador linear mais moderno do que o previsto pelo projeto do governo federal. Esse software, que permitirá o upgrade, foi adquirido através de verbas enviadas ao hospital, como emendas parlamentares. Esse aparelho é que dará condições para que o tratamento dos pacientes seja mais rápido e eficaz, protegendo outros órgãos e tecidos que não foram atingidos pelo câncer.

O físico médico William Trinca, que conduzirá o processo de implementação da parte técnica, explicou como funciona. Conforme o profissional, o aparelho faz a chamada radioterapia modulada. Isso significa que será possível controlar os níveis de radiação e para onde ela será direcionada, atingindo melhor o alvo do tratamento. "Com ele é possível delimitar a dosagem e aplicar mais em determinados pontos. É uma técnica muito mais moderna. O paciente praticamente não apresenta efeitos negativos após a sessão. E clinicamente ele não vai perder nada no tratamento", explicou.

É essa tecnologia que vai permitir que o tratamento seja mais rápido. Segundo Trinca, a emissão é feita de forma muito parecida com o um raio-x comum, mas com maior intensidade. Para se ter uma ideia, um raio-x comum costuma ter entre 80 a 100 mil de frequência. Já essa acelerador fica na casa dos 6 a 10 milhões.

Sendo assim, o tratamento será mais rápido. Outro exemplo citado pelo físico médico é que um tratamento convencional para a próstata costuma ser feito em 37 dias úteis (é feita uma sessão a cada dia). Com esse aparelho será possível reduzir o tempo para 20 dias úteis. "O paciente ganha com isso, já que não precisa ficar se deslocando por tantos dias. Muitas vezes até para outras cidades", mencionou.

Outro fator importante é a ajuda da imagem. O aparelho contará com sistema de imagem para facilitar a atuação do técnico que fará as sessões. "Não adianta ter a dosagem certa de radiação se o paciente não estiver na posição correta. A imagem vai permitir com que a radiação chegue exatamente no ponto desejado", afirmou Trinca.


Logística

O equipamento ainda não está em Bagé. E a logística para trazê-lo até a Rainha da Fronteira não é fácil. O aparelho é produzido por uma empresa que fica na Califórnia, nos Estados Unidos. O envio para o Brasil é feito através de uma embarcação. No momento, o aparelho está em Oakland e deve ser enviado até o porto de Santos. "Isso acontece por causa dos trâmites do governo federal", disse Trinca, justificando por qual motivo ele não poderia ir até o porto de Rio Grande, facilitando o transporte. De Santos ele será trazido para Bagé. A chegada do aparelho em solo brasileiro está prevista para daqui há um mês. "Houve um atraso por causa da pandemia", informou o administrador do hospital, Raul Vallandro.

Mas a logística não para por aí. A partir disso começa a fase de instalação do aparelho, que será feita por engenheiros especializados enviados pela fabricante, e leva em torno de um mês; treinamento dos técnicos que vão atuar na unidade (cerca de uma semana); e os licenciamentos necessários para a emissão de radiação; além da inspeção da Vigilância Sanitária e de testes, que duram em torno de duas semanas.

Inicialmente, a Radioterapia vai funcionar em módulos de quatro horas. Em princípio, serão dois, totalizando oito horas, atingindo 40 pacientes. "Conforme a demanda, isso pode aumentar", garantiu o provedor da Santa Casa, o médico Carlos Eduardo dos Santos.


Obra

Enquanto aguardam a chegada do aparelho, o hospital, junto com a empresa responsável, finalizam a obra do prédio. De acordo com o coordenador dos serviços de quimio e radioterapia, Aires Prado, o prédio está praticamente concluído, estando na fase de fiação e limpeza. A previsão de entrega é na última semana de março. Depois, serão realizados os ajustes na parte externa.

A construção do prédio requer diversas peculiaridades que o diferem de construções convencionais. Há paredes que possuem mais de dois metros de concreto. Somente em uma sala foi utilizada a mesma quantidade de concreto que leva em um prédio de quatro andares. Tudo para garantir a segurança e cumprir as normas.


Atendimento

A previsão é que o serviço entre de fato em funcionamento entre julho e agosto deste ano. Os pacientes serão atendidos via SUS, convênios ou particular. "Também vamos trabalhar para garantir o atendimento humanizado", falou Ana Clara Sartori, radioterapeuta que atuará no serviço.

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