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Desde sábado

"Chuva de pedras" deixa moradores sem luz

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Bageenses de diversos bairros estão há mais de 60 horas sem luz

O forte temporal que atingiu Bagé na madrugada de sábado causou prejuízos ainda incalculáveis: casas, escolas, postos de Saúde e o hospital da Santa Casa de Caridade foram atingidos.
Cinco minutos foram suficientes para danificar os telhados de várias casas nos diversos bairros da cidade. A zona Norte foi uma das mais atingidas, assim como bairros da zona Leste.

A reportagem percorreu diversos bairros e o que se viu foram pessoas tentando colocar lonas nas casas. Na rua 11, no bairro São Martim, Alceu Ribeiro Rosa, de 47 anos, relatou que estava em casa, dormindo, quando escutou um barulho que parecia um rojão e foi verificar. "Aí vi a agua já entrando dentro de casa e as peças alagadas. As telhas aqui de casa foram quebradas. É um prejuízo muito grande", afirmou.

Na travessa 12, no mesmo bairro, Jorge Luís Gonçalves Porto, de 29 anos, disse que, no pátio, tem mais três imóveis e todos ficaram com os telhados bem danificados. "Agora, estamos tentando resolver, porque os prejuízos são enormes", pontuou.

Pedro dos Reis Paiva, de 71 anos, falou que estava dormindo e acordou com um barulho muito forte no telhado. "A água invadiu toda a casa. Eu me escondi no banheiro", detalhou. Bastante emocionado e chorando, o aposentado relatou que, em toda a sua vida, nunca tinha visto algo igual. "Eu achei que ia morrer", confidenciou.

Na rua Pompílio Nunes, no bairro Camilo Gomes, Mariz Oliveira, de 67 anos, detalhou que estava em casa com a filha e a neta, quando ouviu um estrondo. "Achei que era alguém jogando pedra em cima da casa. Eu levantei e vi que a casa estava cheia d’água. O meu filho teve aqui e trouxe lona. Colocamos, mas na minha casa foram mais de 10 telhas Brasilit quebradas, mas, felizmente, ninguém se feriu. Agora, é pedir a Deus que nos ajude a recomeçar", pontuou.

Sem energia

Moradores de diversos bairros estão há mais de 60 horas sem energia elétrica. A luz faltou no começo do temporal de granizo e, pelo menos até o fechamento da edição, não havia voltado, o que tem causado uma série de prejuízos.

"Nunca passamos por isso com a CEEE"

A fala é do aposentado Getúlio Ferreira, de 74 anos. "Eu moro nessa rua vai fazer 19 anos e nunca aconteceu de ficarmos tanto tempo sem luz. No tempo da Companhia Estadual de Energia Elétrica, CEEE, quando faltava luz, nunca demorava tanto para solucionar o problema. Mas, com a CEEE Equatorial, é muito complicado", argumentou.

Dormindo no carro

A comerciária Gisele Campos, moradora da rua Jorge Abdala Kalil, no bairro Malafaia, disse para a reportagem que, desde o temporal do último sábado, está sem luz, e que o banho está sendo "de canequinha". Ele afirmou: "Como os nossos móveis estão todos molhados e estamos sem luz, de noite, meu marido e eu estamos dormindo no banco da frente. A nossa filha de 16 anos dorme no banco de trás (do carro)".

Gerador emprestado

Jader Alberi Gonçalves Amaral, que tem uma fábrica de embutidos no bairro São Bernardo, relatou que tem um freezer com mais de 500 quilos de carne entre bovina e suína, que usa para a produção de linguiça. Como está sem luz há três dias, está sem a fábrica. Os prejuízos não foram totais porque ele conseguiu um gerador emprestado. Caso contrário, perderia toda a carne.

Contraponto

 
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da CEEE Equatorial, que respondeu: "Neste momento, a CEEE Equatorial Energia está com as equipes realizando atendimento emergencial, em toda sua área de concessão, para normalizar o mais breve possível. Pela severidade das ocorrências, ainda não é possível uma previsão de normatização".

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