Quem nunca sonhou em cair na estrada? Há quem largue tudo para realizar esse sonho e viver das experiências mais incríveis. O bacana é que muitas dessas pessoas decidem relatar suas histórias e memórias em livros que são uma verdadeira inspiração e até mesmo um guia para quem também pretende desbravar o mundo. 

A caminho do Atacama 

Uma viagem de moto até o deserto mais árido do mundo é sinônimo de aventura: e é justamente isso que é possível encontrar no livro A caminho do Atacama. O motociclista Rômulo Provetti saiu de Belo Horizonte e percorreu, de moto, os caminhos até o deserto do Atacama, no Chile. Ele atravessou o Norte da Argentina, subiu a Cordilheira dos Andes e, aí, algumas das paisagens mais bonitas do mundo. 

De acordo com o autor, foram 24 dias na estrada e mais de 10,5 mil quilômetros. Nesse caminho, o mineiro fez muitos amigos e garantiu que retornou para casa totalmente diferente. "É chegada a hora de organizar os alforjes, calibrar os pneus, verificar o óleo, encher o tanque e seguir a roda dianteira da moto em busca de novas paisagens, sabendo que a família e os amigos estarão sempre na nossa garupa, acompanhando e apoiando a realização dos nossos sonhos. Ao retornarmos, teremos muitas histórias para contar, fotos e filmes para mostrar e inspirar outras pessoas com espírito aventureiro a buscar seus sonhos", destacou o autor, na apresentação do livro. 

Aliás, um dos diferenciais do livro é que ele conta com muitas fotografias, tem uma escrita leve e direta e a sensação, ao ler, é de viajar na garupa do brasileiro. O livro contém, ainda, o roteiro, dicas, informações e um método para o planejamento de uma viagem de moto. 

"Minha jornada com Shurastey" 

"Jesse trocou a vida pacata de quem trabalhava em shopping para viver sua liberdade nas estradas sul-americanas. Ao lado de seu melhor amigo, o cão Shurastey (o nome é um trocadilho com a famosa música do The Clash) e a bordo de um fusca antigo chamado Dodongo, embarcou em uma road trip para realizar seu sonho de ir até o Ushuaia", apresentou a divulgação do livro "Minha jornada com Shurastey". Morto em um trágico acidente em 23 de maio de 2022, ao lado do seu cão Shurastey, Jesse Koz havia deixado o livro pronto, contando sua história, a de Shurastey e do fusca 78. 

Entre as viagens pelas Américas do Sul e do Norte, Jesse parou em Porto Alegre por alguns meses e escreveu sua história, que deu origem ao livro. A obra é repleta de personagens singulares (além dos protagonistas, as figuras curiosas que encontravam pelo caminho), momentos emocionantes, divertidos ou amedrontadores e também de muitos perrengues, como o frio avassalador ou os problemas mecânicos do fusca, que frequentemente os desafiavam.  

Jesse e seu cão caíram na estrada em busca de realizar seus sonhos e viver aventuras inesquecíveis. Assinado por Jesse, com a colaboração do escritor e editor Zizo Asnis, “Minha jornada com Shurastey” é uma verdadeira road trip, que coloca o leitor no banco de trás de Dodongo (porque o fusca não tinha banco de passageiro) para ver as mais belas paisagens, passar por vários perrengues (alguns bem divertidos), conhecer inúmeras pessoas que cruzaram o caminho de Jesse e Shurastey, e se inspirar com as aventuras e lugares que a dupla viveu e conheceu.  

Um lugar na janela 

Trata-se de um livro de crônicas, assinado por ninguém menos que Martha Medeiro. É um outro lado de Martha, a da viajante. Não há nada inventado, segundo ela. Nas crônicas, em síntese, ela apresenta suas melhores lembranças, inclusive as grandes furadas ainda em tempos pré-internet, e ainda conta com muitas paisagens de tirar o fôlego. Vale mencionar que esses são relatos de viagens feitas em várias épocas da vida de Martha, "aos 20 e poucos anos e sem grana, depois, já mais estruturada, mas com o mesmo espírito aventureiro, e com diversos acompanhantes: as amigas, o marido, as filhas, o namorado".  

O estilo é o mesmo: ela transmite nessa obra aquilo que de melhor se leva de uma viagem: as recordações. "É como deixar-se perder num lugar novo, pode ser uma mochilagem pela Europa, uma aventura em Machu Picchu, uma temporada no Chile, poucos dias no Japão, para depois se reencontrar consigo mesma". Um lugar na janela é, conforme a editora responsável pela publicação, um convite para deixar de lado a comodidade do sofá, as defesas e embarcar junto com Martha. "O bom viajante é aquele que está aberto a imprevistos, ou seja, a viver", resume a autora. Também é importante destacar que Um lugar na janela ganhou continuação, duas, aliás: há o livro dois e três.