A articulação para que o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) seja vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem recebido uma enxurrada de críticas de integrantes do PT e de aliados como o PSol. O assunto tem sido tema frequente na imprensa nacional. "Opositores da dobradinha argumentam que o ex-tucano e ex-governador de São Paulo contraria o programa defendido historicamente pelo PT", diz IstoÉ. E acrescentou que, o avanço das negociações em torno da sigla motivou, ainda, filiados a organizarem um abaixo-assinado pedindo a escolha de outro nome para a vice na disputa pela presidência que seja ocupada por alguém sem nenhuma ligação com o que eles chamam "golpismo" e neoliberalismo.

Segundo reportagem do Correio Braziliense, No PT a resistência à união ainda é considerável. A ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo, teria dito que o ex-gestor de São Paulo "será o Temer" de Lula, numa referência a Michel Temer, que se movimentou nos bastidores pelo impeachment da petista e assumiu o comando do país quando da destituição dela.

Entre os apaziguadores dessa aliança, está o senador do PT, Humberto Costa. Ele falou que as negociações entre Lula e Alckmin ainda são preliminares, mas afirmou que, se a formação da chapa for oficializada, será um dos apoiadores.

O líder da bancada do PT, vereador Flávius Dajulia argumentou que é uma questão muito delicada. "Está em jogo vencer o fascismo e tirar do poder um genocida, que além de tudo jogou nosso povo na fome e na carestia. Temos que fortificar a democracia, sistematicamente ameaçada por Bolsonaro e seus apoiadores", defendeu.

Dajúlia entende que o PT tem que fazer alianças programáticas agora para não ter que se submeter depois ao jogo da governabilidade a qualquer preço. "A democracia liberar frágil que temos, deve ser cuidada por todos nós. Se é possível com aliança de centro esquerda, bom, que assim seja", pontuou.