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Repúdio

Lideranças se posicionam sobre ações do presidente

Márcia Sousa imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Manifestação pró-Bolsonaro em Bagé

As declarações do presidente Jair Bolsonaro durante os atos do 7 de setembro atraíram o repúdio das lideranças de diversos partidos, que se posicionaram tanto internamente quanto nas redes sociais. Em alguns casos, o impeachment do presidente chega a ser cogitado, diante das ameaças de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) em seu discurso em São Paulo.

De acordo com o Congresso em Foco, no caso do PSDB, a resposta final à postura do presidente ainda é assunto de debate. Todos os membros da comissão executiva nacional, deputados federais e senadores do partido foram convocados para uma reunião ontem para discutir a abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro e eventuais medidas legais relacionadas.

No PSD, a postura foi parecida e uma comissão será formada para também debater o impeachment. No PDT, o presidente da legenda, Carlos Lupi, considera que as últimas ações de Bolsonaro foram uma tentativa de afastar a atenção de outros problemas de seu governo. Marina Silva, presidente do partido Rede Sustentabilidade, também se posicionou sobre as ameaças de Jair Bolsonaro. "Bolsonaro sempre demonstrou não ter limite, mas o Brasil o limitará, sem dúvida! Não vamos abrir mão da democracia por causa de um delírio ditatorial. Não adianta recorrer a uma suposta coragem para desafiar as instituições. Ele não passa de um autoritário irresponsável", publicou em seu perfil no Twitter.

No PT, a presidente Gleisi Hoffmann associa nas redes sociais o discurso de Bolsonaro ao medo do judiciário. Já no PSB, a resposta ao presidente veio na forma de uma nota de repúdio.

STF não aceitará ameaças

Em pronunciamento ontem, na abertura da sessão plenária, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, rebateu discursos do presidente, realizados em Brasília e São Paulo, no feriado da Independência do Brasil. "Ofender a honra dos ministros e incitar a população a propagar discursos de ódio contra o Supremo são práticas antidemocráticas e ilícitas", disse o ministro.

A respeito da afirmação de Bolsonaro de que não mais cumprirá decisões do STF, Fux lembrou que o desprezo às decisões judiciais pelo chefe de qualquer dos Poderes, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional.

O presidente do STF afirmou que a Corte jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções e não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. "Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança. No exercício de seu papel, o Supremo Tribunal Federal não se cansará de pregar fidelidade à Constituição".

Falsos profetas

Fux convocou os cidadãos para que fiquem atentos a "falsos profetas do patriotismo", que ignoram que democracias verdadeiras não admitem que se coloque o povo contra o povo ou o povo contra as suas próprias instituições. "Povo brasileiro, não caia na tentação das narrativas fáceis e messiânicas, que criam falsos inimigos da nação. O verdadeiro patriota não fecha os olhos para os problemas reais e urgentes do Brasil", afirmou.

Liberdades

O presidente assinalou que o Supremo esteve atento à forma e ao conteúdo dos atos realizados nas manifestações, especialmente cartazes e palavras de ordem com duras críticas à Corte e aos seus membros. Segundo eles, os movimentos não registraram incidentes graves, e os participantes exerceram as suas liberdades de reunião e de expressão - direitos fundamentais ostensivamente protegidos pelo STF.

Problemas reais

Em nome dos ministros e das ministras da Corte, Fux conclamou os líderes do país a se dedicarem aos problemas reais que assolam o povo: a pandemia, que ainda não acabou e já levou 580 mil vidas brasileiras; o desemprego, que conduz o cidadão ao limite da sobrevivência biológica; a inflação, que corrói a renda dos mais pobres; e a crise hídrica, que ameaça a nossa retomada econômica. 

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