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Violência

Mulheres têm medo de procurar Ônibus Lilás

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Unidade itinerante está prestando atendimento em Bagé

A Coordenadoria da Mulher está desenvolvendo nos bairros de Bagé o trabalho de combate a violência doméstica. O foco são as mulheres vítimas. A coordenadora do órgão, Cândida Navarro, contou que o Ônibus Lilás (unidade itinerante do governo do Estado) está na cidade desde o final do mês passado para prestar serviços com psicólogas, assistente social, advogadas, acadêmicos do curso de Enfermagem e Nutrição da Urcamp. Acompanham o ônibus a patrulha Maria da Penha da Brigada Militar e policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) nos atendimentos. Isso ocorre na cidade e no interior do município.

A coordenadora confidenciou que não tem filas para atendimentos no Ônibus Lilás, já que uma parcela considerável de mulheres tem medo de se expor. "O medo trava a mulher de ir procurar ajuda em um lugar onde ela mora, porque essa mulher que mora no bairro ela não é boba em ir até o ônibus porque ela terá o testemunho de parentes, vizinhos e as vezes até mesmo o próprio agressor", pontua a coordenadora.

Segundo ela, a procura pelos atendimentos ocorre de forma muito sútil e é rara. Nos bairros, a equipe da coordenadoria entrega panfletos e deixam o contato. Algumas pessoas procuram o órgão, desde o inicio desse trabalho, e isso faz com que os atendimentos tenham que ser agendados.

Além disso, a Coordenadoria da Mulher realiza conscientização por meio das redes sociais da prefeitura, nas escolas, postos de saúde, clube de mães e até mesmo em garagens. "Não me importo de falar para duas, duzentas ou duas mil pessoas. Por isso nosso trabalho na coordenadoria está consolidado e nos próximos dias iremos nos emancipar para uma secretaria", mencionou.

Sequelas da pandemia

Ao ser questionada se as mulheres conhecem o Ônibus Lilás, Cândida respondeu que um grupo de 20 mulheres apenas fala que conhece o projeto. Lembrou que, com a pandemia, não foi possível realizar esse trabalho nas comunidades. "Hoje as mulheres estão vivendo com as sequelas da pandemia, porque tiveram que ficar em isolamento e ainda tiveram que viver com seus abusadores e agressores e agora estão tentando romper esse ciclo", apontou.

Aumento de casos

Por isso, segundo ela, a coordenadoria está divulgando a importância de falar para toda a sociedade que a mulher não está sozinha. Cândida disse que em 2019, após os atendimentos do Ônibus Lilás, os números eram de 43% de mulheres que procuraram a coordenadoria. "Hoje, infelizmente, esses números estão bem maiores porque tivemos até um caso de cárcere privado onde a Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher retirou a mulher da casa. Hoje estamos vivendo um panorama em que as mulheres estão conseguindo denunciar e procurando ajuda e esse número deve ultrapassar os 50%", sublinhou.


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