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Poliomielite

Médico defende vacina: é preciso 'reavivar a lucidez'

Reprodução/FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

A divulgação, pela Secretaria Estadual da Saúde do Pará, da identificação do vírus da poliomielite nas fezes de uma criança de 3 anos, fez com que a informação de que a doença poderia ter voltado a ser registrada no Brasil - após 33 anos - circulasse amplamente. Porém, o Ministério da Saúde divulgou que possivelmente a criança tenha tido um evento adverso à vacina da poliomielite após uma aplicação inadequada, e que isso é considerado raro (o caso ainda está sob investigação). Assim, a doença não estaria em circulação. Contudo, vale mencionar que a baixa cobertura vacinal acende sim um alerta.


Em Bagé, atualmente, a cobertura vacinal contra a poliomielite está muito próxima da meta. É de 89% do público-alvo, segundo destacou o secretário-adjunto de Saúde, o médico Ricardo Necchi. Ele lembrou, porém, que essa não é a mesma realidade do Estado, que tem um percentual bem abaixo disso, pouco mais de 68,5%. No país, a cobertura está abaixo dos 60%, enquanto a meta é atingir 95% das crianças. Necchi lembrou que a poliomielite provou para o mundo que é devastadora. Ele mencionou as mortes e as sequelas decorrentes da paralisia infantil e, por outro lado, que a solução é muito simples: duas gotinhas. 


O profissional enfatizou que a vacinação contra a poliomielite é provada e comprovada como a solução, e que não há o que discutir. Ele fez um apelo aos pais para que sejam responsáveis. E reafirmou a importância de fazer campanhas para combater a onda anti vacina, que se espalha pelo mundo todo. O médico defendeu o que é preciso "reavivar a lucidez", e lembrou que o acesso às doses é muito fácil, já que a vacina está disponível em qualquer posto de saúde em todo o Brasil. Inclusive, neste sábado, haverá vacinação na praça Silveira Martins, a do Coreto, na unidade móvel. Isso das 10h às 16h.


Risco


Uma análise da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em 2021 identificou que o Brasil é um dos países do continente americano com alto risco de reintrodução do vírus da poliomielite, ao lado de outros cinco (Argentina, Bolívia, Equador, Panamá e Paraguai). Quatro apresentam situação de risco muito alto: Haiti, Peru, República Dominicana e Venezuela.


No Rio Grande do Sul, a análise demonstrou um cenário preocupante, em que 42% dos municípios encontram-se em risco muito alto e 32% em risco alto. Ou seja, em 367 municípios do Estado (74%) há um grande risco de retorno de casos de pólio.


Para a análise de risco, considera-se cobertura vacinal, vigilância epidemiológica e alguns determinantes de saúde como acesso a água potável e rede esgotos. Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.


Caso raro


O Ministério da Saúde considera que o caso da criança de 3 anos do Pará pode estar relacionado a evento adverso raro decorrente de uma vacinação inadequada. Trata-se de poliomielite pós-vacinal e não a poliomielite selvagem. Em síntese, a criança pode ter sido vacinada com a VOP, que usa vírus atenuado (uma versão dele vivo, porém enfraquecido) sem ter recebido previamente as três doses da Vacina Inativada contra a Poliomielite (VIP), que deve ser tomada no primeiro ano de vida.


Queda nas coberturas


Índices de vacinação abaixo das metas preconizadas pelo Ministério da Saúde aumentam os riscos para doenças imunopreveníveis, como coqueluche, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, meningite meningocócica e pneumocócica, gastroenterite por rotavírus e hepatites A e B, entre outras.


Considerando o calendário básico de vacinação infantil, nos últimos cinco anos, as metas preconizadas pelo Ministério da Saúde não foram atingidas. Os dados de 2021, ainda parciais, indicam que o Rio Grande do Sul ficará aquém das metas preconizadas.


No Estado, a vacina contra a poliomielite não alcançou nos últimos anos a meta de 95% de cobertura. A análise da série histórica das coberturas vacinais de 2017 a 2020 tem variado entre 75% e 86%.


A doença


Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas), podendo atacar o sistema nervoso e provocar paralisia flácida aguda, principalmente em membros inferiores.



Esquema


Vacina Poliomielite 1,2,3 inativada (VIP)


Dose: 0,5 mL via intramuscular

Esquema: três doses (aos 2, 4 e 6 meses)


Vacina Poliomielite 1,3 atenuada (VOP - gotinha)


Dose: duas gotas, por via oral

Esquema: reforço aplicado aos 15 meses de idade e aos 4 anos


07.2.1 Cobertura em Bagé está próxima da meta

CRÉDITO Reprodução FS 

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