BAGÉ WEATHER

Pandemia

Médico avalia risco de terceira onda da covid-19

Thaís Nunes imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Necchi relata aumento de pacientes internados e diminuição do distanciamento social

Profissionais da área da saúde de todo o Rio Grande do Sul estão em alerta. É que muitos acreditam no surgimento de uma chamada terceira onda de casos da covid-19 em todo o Estado.

Infectologistas e epidemiologistas acreditam, de acordo com reportagem publicada na Gaúcha ZH, que a tendência de agravamento da covid-19 registrada em cidades como Santo Ângelo, Passo Fundo e Cruz Alta pode provocar um novo ciclo da doença em solo gaúcho, ocasionando um avanço generalizado da doença. Todo esse cenário, de acordo com os especialistas, é favorecido pela retomada das atividades em um momento em que há a circulação elevada do vírus, um percentual baixo de vacinação e testagem e rastreamento de casos ainda insuficiente.

Embora o Estado ainda apareça, na média, com tendência de queda em casos ou óbitos e pequeno crescimento no uso de leitos clínicos, os números gerais escondem situações específicas muito diferentes. Conforme os dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), 11 das 21 regiões gaúchas haviam apresentado aumento no acumulado semanal de novos casos da doença e nove tiveram crescimento na demanda por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A situação, de acordo com a publicação, é ainda mais preocupante quando se analisa a variação nas internações em leitos clínicos, que são os doentes que, nas semanas seguintes, podem precisar de leitos UTI ou até mesmo morrer. O boletim estadual registrou avanço da pandemia por esse critério em 14 das subdivisões do Estado, o equivalente a dois terços. Esses dados levaram o governo do Rio Grande do Sul a colocar em alerta cinco regiões (Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí, Passo Fundo e Santo Ângelo) conforme o novo sistema de distanciamento controlado, todas no interior gaúcho.

A situação em Bagé não difere muito das demais regiões. A pedido da reportagem do jornal Folha do Sul, o médico Ricardo Necchi, que é secretário adjunto de saúde do município e chefe da UTI da Santa Casa de Caridade de Bagé, fala sobre o cenário na Rainha da Fronteira. Para ele, a pandemia ainda não demonstra um cenário otimista na cidade. Por isso, ele também acredita na possível terceira onda de casos da doença. "É possível e é preocupante", avalia.

Conforme o médico, um conjunto de situações faz com que este cenário não esteja muito distante da realidade. "O distanciamento social está se perdendo, as pessoas não respeitam mais. Além disso, a velocidade de vacinação está muito lenta. Há países que já conseguiram abrir mão do distanciamento por causa da vacina. Aqui está parando o distanciamento sem a vacinação", lamenta.

Necchi também relata que o número de pacientes internados nos leitos UTI covid voltou a subir. Ontem, até o fechamento desta edição, havia 11 pessoas internadas na ala, sendo que na última semana o número de pacientes não atingiu dez pessoas. O mesmo aumento também é registrado na demanda por leitos clínicos, segundo o médico.

Outro fator destacado pelo profissional é que a pandemia está atingindo com maior gravidade as pessoas na faixa etária entre os 50 e 60 anos. "Justamente aquelas que ainda não conseguiram se vacinar", comenta.


Bagé registra duas mortes de covid-19 Anterior

Bagé registra duas mortes de covid-19

Bageenses doam mais de uma tonelada de alimentos Próximo

Bageenses doam mais de uma tonelada de alimentos

Deixe seu comentário