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Lideranças avaliam medidas do governo sobre o leite

Sérgio Hubert Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Municípios da região têm, na cadeia leiteira, a base da economia

Os produtores de leite irão contar com o apoio de R$ 100 milhões do governo federal para a compra do produto em pó. A aquisição será feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Direta. O anúncio foi feito pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, durante a Marcha das Margaridas, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da Companhia, Edegar Pretto.

“A Conab vai comprar R$ 100 milhões em leite da agricultura familiar. A partir de agora, nós vamos operacionalizar com rapidez para chegar até o agricultor e a agricultora a compra do leite com preço melhor”, afirmou o presidente da Conab. O leite em pó a ser adquirido será destinado a pessoas que passam necessidades, conforme demanda do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Nos próximos dias, a Conab divulgará mais detalhes sobre a operação.

Produtor
A medida de apoio também atende a demanda dos produtores de leite. “O que nós buscamos com essa ação é fortalecer a produção leiteira da agricultura familiar, garantindo a renda dos trabalhadores e trabalhadoras de forma também a manter uma importante atividade para o país”, reforçou o presidente da Conab. Podem participar agricultores familiares organizados em cooperativas ou outras organizações que possuem DAP pessoa jurídica. De acordo com o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 98% dos estabelecimentos rurais dedicados à bovinocultura de leite têm produção de até 500 litros/dia, respondendo por 70% da produção do país.

O produtor de leite em Bagé, Armando Otte, avaliou a decisão do governo federal como positiva e muito boa, mas somente para as indústrias. Segundo ele, isso vai fazer com que o estoque seja vendido. “O produtor não tem leite em pó, quem tem são as indústrias. Então, essa decisão do governo não beneficia o produtor e sim a indústria”, argumentou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé e Região, Milton Brasil, disse que conversou, ontem, com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, e que a medida do governo federal é importante. No entanto, afirmou que ela não é fundamental e decisiva porque o governo segue com a fronteira livre dos produtores da Argentina e do Uruguai – entrando no Brasil. “Enquanto estivermos importando produtos lácteos, a concorrência é desleal, porque lá (Argentina e Uruguai), o produtor recebe subsídio e aqui no Brasil não tem”, observou.

De acordo com Brasil, numa avaliação com o presidente da Fetag, ficou claro que essa medida não vai resolver, mesmo sendo importante a compra.

Concorrência
A Argentina e Uruguai inundam o mercado brasileiro com leite, sobretudo os produtores gaúchos, que reclamam da concorrência desleal. Recentemente, a Fetag realizou um protesto, em Porto Xavier, na divisa com a Argentina, para chamar atenção para o problema. O setor reclama que a importação do produtos desses países afeta a rentabilidade do produtor. E essa situação afeta diretamente municípios da região, como Aceguá, Hulha Negra e Pedras Altas, que têm na cadeira leiteira uma das principais fontes da economia.

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