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Pandemia

Eurico Salis fala sobre solidão, incerteza e exposição

Reprodução/FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Autores bageenses responsáveis pela mostra com fotografias e poemas

Nessa terça-feira, aconteceu o lançamento da exposição "Pandemias", do poeta Luiz Coronel e do fotógrafo Eurico Salis. A mostra com poemas e banners pode ser conferida na Casa de Cultura Pedro Wayne.

Por telefone, de Porto Alegre, Salis conversou com a reportagem do jornal do Folha do Sul. Ele contou que, em 2020, havia criado uma página nas redes sociais chamada ARteCura (um trocadilho entre Arte e Ar que curam), usando fotografias que havia publicado em livros e fazendo uma releitura destas imagens, adaptando aos personagens a máscara protetora.

De acordo com o bageense, o objetivo foi incentivar o uso de máscaras na população. "Inseri, através da manipulação digital, as máscaras, e retirei os personagens do cenário original. Ou seja, o personagem é o mesmo, porém agora existe um cenário fictício, quase desfocado, uma nova realidade", explicou.

Depois disso, Luiz Coronel enviou para ele algumas de suas poesias sobre a pandemia e ambos conversaram sobre a possibilidade de firmarem uma parceria. Segundo ele, daí surgiu a publicação com os 11 poemas e as 11 imagens. "Um canto poético a este período que espero passageiro em nossas vidas", pontuou.

Salis mencionou que teve covid-19, esteve internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e sofreu as agruras da doença. "A solidão e a incerteza, as consequências e a fraqueza pós internação. Perdi nove quilos em uma semana. Mas felizmente, com ajuda dos médicos e fisioterapeutas, me recuperei", confidenciou.

O fotógrafo enfatizou que essa recuperação passa pelo lado físico e emocional. E acrescentou que, da pandemia, cada um sairá diferente. Ele disse acreditar que muitos terão aprendido o valor da solidariedade, da compaixão e dos valores essenciais à vida. "Mas, infelizmente, muitos não terão aprendido nada, seguirão insensíveis à urgência de mudanças, e estas mudanças começam por cada um de nós", acentuou.

Salis salientou que muitos amigos perderam a vida para a covid-19. "Estas fotografias e esta exposição é um manifesto de dois autores, bageenses que retratam um momento de nossas vidas. Uma crônica, um canto, um olhar poético sobre um tempo. O nosso tempo", frisou.

A exposição na Casa de Cultura é uma realização da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. 

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