BAGÉ WEATHER

Impactos

Estiagem já se mostra severa na região da Campanha

Sérgio Hubert/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Campos e lavouras são afetados pela falta de água

A forte onda de calor e a falta de chuva faz com que produtores rurais e pequenos agricultores comecem a enfrentar problemas com a estiagem. Antes mesmo do final do ano, alguns municípios já sentem o impacto severo da escassez de água. Hulha Negra decretou racionamento e Candiota está em estado de alerta. Bagé já teme o racionamento.

A exemplo do que ocorre todos os anos, sem que medidas práticas sejam tomadas para minimizar os impactos da falta de água, os feitos já podem ser vistos nos campos e lavouras da região da Campanha. A reportagem conversou com produtores e representantes de entidades sobre a situação que começa a assolar as propriedades rurais e cidades.

De acordo com o diretor da Emater regional, Rodolfo Cesar Forgiarini Perske, a chuva dos últimos dias trouxe um alento, porque o quadro estava piorando.

Segundo ele, a chuva de 43 milímetros foi suficiente para que a principal atividade de verão, que é a soja, desse uma reagida. Peske disse que a estiagem, até o momento, em Bagé, está controlada. Ele falou que o quadro mais complicado é em alguns municípios da Fronteira Oeste. "A estiagem nesses municípios está muito grande, e já estava vindo para Bagé", ponderou. O diretor comentou que tem a informação de que, em Candiota e Hulha Negra, as prefeituras já estão abastecendo os pequenos produtores que moram no interior.

Animais perdem peso

Com propriedade na localidade Joca Tavares, o produtor rural Osvaldo Frick Neto informou que a falta da chuva já resulta em uma perda de 10% a 15% em relação a soja. Segundo ele, a precipitação dos últimos dias foi boa, mas não suficiente para resolver o problema da estiagem. "A situação é muito preocupante", enfatizou.

Ao ser questionado se essas perdas também refletem na pecuária, Neto respondeu que sim, e relatou que as pastagens secaram e aquelas de verão, como milheto e sorgo forrageiro, não vingaram. Isso reflete no peso do gado. "Hoje, não conseguimos preparar o gado para ser vendido para frigoríficos porque, com a seca que estamos passando, o animal perdeu peso", argumentou.

Pedro Scherer, que tem propriedade em Bagé e na Hulha Negra, e trabalha com plantação de soja, sustentou que, em relação a estiagem, não há muito o que fazer. A chuva, que totalizou 60 milímetros, serviu para amenizar um pouco. Scherer lembrou que os próximos dois meses são cruciais porque a soja começa a florescer e tem o enchimento do grão.

Promessa não cumprida

Com propriedade na localidade de Pedra Grande, no Distrito de Palmas, o produtor rural Fanor Alves relatou que já amarga um prejuízo que ultrapassa os R$ 70 mil. Isso se deve a perda de 10 terneiros e cinco vacas por causa da estiagem. Ele ponderou que é algo nunca visto - os campos estão secos, quem plantou pastagem de verão perdeu e os açudes estão secando. "No ano passado, foi anunciado, por parte do governo do Estado, que seriam abertos açudes nas propriedades para ajudar a armazenar água. Prometeram poços artesianos, que não deram água e secaram. Sem falar que os prejuízos na pecuária são imensos porque, como não tem pasto, as vacas não produzem e não tem como alimentar os terneiros", lamentou.

O presidente da Associação dos Agricultores da Região da Campanha (Agricampanha), Gesiel Porciúncula, salientou que, mesmo com a estiagem, o arroz foi plantado, porém com redução significativa de área. "Acreditamos que, até esse momento, a seca não vai causar prejuízos no plantio do arroz, mas, devido a falta de chuva, demorou um pouco para nascer, mas, até então, nada significativo. Tivemos uma redução de 10% de área plantada em todo o Estado", mencionou.

De acordo com Porciúncula, em relação a soja, o produtores tiveram problemas com o plantio. Falou que a chuva dos últimos dias foi registrada em várias regiões, e que isso fará com que alguns produtores consigam seguir com o plantio. Porém, não soube precisar quanto falta para terminar o plantio. "Precisamos de uma chuva urgente para salvar a soja", disse.

Quadro grave

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Milton Brasil, garantiu que a situação é muito grave, principalmente nos assentamentos dos municípios de Candiota e Hulha Negra. Segundo ele, nesses locais começa a faltar água até mesmo para o consumo humano. "O nosso maior problema, neste momento, é no plantio da soja e na bacia leiteira, porque está faltando comida e água para as vacas e, se não chover nos próximos dias, podemos perder matrizes leiteira", alertou.


Ano de 2023 terá nove feriados nacionais e cinco pontos facultativos Anterior

Ano de 2023 terá nove feriados nacionais e cinco pontos facultativos

Saúde reforça pedido para ações de combate a dengue Próximo

Saúde reforça pedido para ações de combate a dengue

Deixe seu comentário