O fenômeno El Niño deve se instalar nas próximas semanas no Oceano Pacífico Equatorial. A MetSul Meteorologia já havia projetado em boletins que o fenômeno teria início entre junho e começo de julho. A estimativa da MetSul Meteorologia é que o começo do evento ocorra entre os dias 22 ou 29 de junho. Ou seja, na segunda quinzena de junho, uma vez que o aquecimento do Pacífico Equatorial tende a se acelerar nas próximas quatro semanas.

A probabilidade é de 90% de chance de um evento de El Niño se instalar e persistir não apenas durante todo o segundo semestre de 2023, como se estender ainda ao começo de 2024, no mínimo até o verão ou outono do próximo ano. Isso de acordo com a MetSul. Inclusive, existe a possibilidade de evoluir para um episódio de forte intensidade mais tarde neste ano. Há chance de 80% de um El Niño moderado e 55% de chance de um forte El Niño. A MetSul observou, entretanto, que vários modelos relevantes indicam anomalias, o que configuraria um super El Niño.

Vale lembrar que o Centro e o Nordeste da Argentina, o Uruguai, o Sul do Brasil e o Paraguai sofreram com eventos extremos de chuva e períodos excepcionalmente chuvosos, além de muitas tempestades fortes a severas, em anos de super El Niño. Na primeira metade do século passado, 1941 foi um ano de super El Niño. Entre 1982 e 1983 se instalou outro, o que se repetiu em 1997 e 1998. O último evento foi em 2015 e 2016. O episódio de 1941 coincide com a maior enchente na história de Porto Alegre. Os três seguintes causaram grandes enchentes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Em outubro de 2015, o Guaíba, em Porto Alegre, atingiu o seu maior nível desde a enchente de 1967.