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Energia

Economista analisa aspectos que levaram a elevação de preços

Reprodução imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Cada 100 quilowatts-hora (kWh) está R$ 14,90 mais caro

A gasolina está muito próxima dos R$ 7 (a de Bagé, inclusive, é uma das mais caras do país). Também luz, gás, alimentação: o básico. Tudo está mais caro. O mais recente aumento na tarifa de luz começou a valer no último dia 1º, quando foram acrescidos R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, com a criação da bandeira de escassez hídrica. Mas, afinal, o que levou a este momento?

A reportagem conversou com o economista Eduardo Palmeira, que esclareceu, especificamente, sobre a energia: "Nós estamos com uma crise hídrica. A energia vem subindo e nós primamos, em alguns anos - mais ou menos 15 anos - em fazer tudo voltado para o consumo da população e esquecemos da infraestrutura. Só aí já é o grande problema que nós temos quanto a energia".

Sobre a gasolina, ele analisou e opinou que negócios errados, através da Petrobrás, levaram a tal situação. Lembrou que o Brasil comprou e cedeu refinarias. "E isso, essa conta, nós estamos, de alguma maneira, pagando no preço da gasolina", explicou. "Isso é algo muito relevante, só que ninguém gosta de falar, ninguém gosta de tocar nessa ferida", acrescentou.

O economista argumentou que esta é uma "ferida" que ao invés de diminuir, cresceu. "Talvez tenha crescido porque nós realmente cedemos uma refinaria completa na Bolívia. Compramos uma equivocadamente nos Estados Unidos, e estamos pagando processo nos Estados Unidos", pontuou. Palmeira ainda destacou que é preciso considerar a demanda de açúcar no mercado externo que repercute no álcool mais caro no mercado interno.

"Porque pra bem raro, bem caro: Se eu não tenho produto para atender toda a demanda, ele vai acabar aumentando de valor. O preço em moeda nacional vai aumentar e a nossa moeda não é uma moeda forte, está desvalorizada. Tudo isso afeta", esclareceu. "O preço do barril do petróleo não está nas alturas, não está faltando petróleo. São vários outros aspectos, que eu falei anteriormente", acrescentou.

Inflação deve ultrapassar os 7,5%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 7,27% para 7,58%, neste ano. É a 22ª elevação consecutiva na projeção. Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,98%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente.

A projeção para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Em julho, a inflação subiu 0,96%, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta ficou 1,19%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,76%, no ano, e 8,99%, nos últimos 12 meses. Vale destacar que os dados de agosto devem ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima semana, mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,89% no mês passado, a maior variação do IPCA-15 para um mês de agosto desde 2002 (1%).

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 7,63% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 7,75% ao ano. Tanto para 2023 como para 2024, a previsão é 6,5% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5,22% para 5,15%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,93%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,35% e 2,5%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,15 para R$ 5,17 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,20.


 

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