BAGÉ WEATHER

Repercussão

Do banho na sanga ao índio Cobra Coral

Reprodução Sivaldo Sousa imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - As Pedreiras no ano da maior seca, a de 1989

Quase duas mil pessoas curtiram a publicação, nas redes sociais do Folha do Sul, sobre a severa estiagem de 1989. Uma reportagem especial, publicada no final de semana, não só lembrou da seca como ouviu bageenses que testemunharam, que sentiram na pele aqueles dias de extrema escassez de água. A participação dos leitores foi tamanha que o Folha compartilha, hoje, outros depoimentos, estes publicados como comentários tanto no perfil no Facebook como no Instagram do Folha. Foram quase 500 comentários sobre um período que, de fato, é inesquecível para os bageenses e que, diante do agravamento da atual estiagem, volta a "assombrar" a todos.

Louise Seixas, no Instagram, recordou: "Vivi essa época: banho de caneca. Água para tomar só comprando aquelas bambonas de 20 litros. E sempre aguardando o quartel com os caminhões para abastecer ". Paula Pereira era criança na época. Tinha 8 anos e garantiu que lembra das pessoas "desesperadas por água”. Clarilena Lemos tinha a mesma idade e tem uma recordação parecida: "Lembro bem da gente com garrafas e baldes indo no poço do nosso bairro juntar água porque não tinha nem para tomar".

Momento marcante

Selma Ione detalhou o momento mais marcante, quando as barragens e reservatórios finalmente foram abastecidos por uma chuva que durou duas semanas. "De 1988 a 1989 foi horrível. Mas chegou o fevereiro e choveu quase duas semanas sem parar, dia e noite. Foi muito bom: encheu tudo, barragens, açudes. Hoje, ficamos na esperança que a chuva venha mesmo", comentou. Luís Galdino dos Santos garantiu que o período foi de muito sofrimento para todos. Artemis de Oliveira tem uma lembrança diferente de muitos outros relatos: comentou que muitas pessoas cheiravam a gasolina, porque havia pipas com esse cheiro.

Nada mudou


Muitos leitores destacaram o quão inacreditável é a situação não ter mudado após 34 anos. "Até hoje não resolveram o problema. A maioria dos jovens nem imagina o que significa isso", manifestou um internauta. "O que me assombra é saber que depois de 89 nada mudou. Estamos em 2023 e nossos problemas são os mesmos", sustentou o leitor Alisson Torales. Muitas pessoas relataram que precisavam, naquela época, madrugar para enfrentar filas gigantescas de bageenses em busca de um pouco de água, nos mais diversos locais da cidade. "Éramos pequenos, eu mal podia com o balde carregado de água que abastecíamos do caminhão - pipa", relatou Di Misturini. "Até hoje não consigo desperdiçar água", completou.

Banho na sanga

Fernanda Machado recordou que tinha 4 anos em 1989 e garantiu que lembra perfeitamente de sua mãe, que a levava para tomar banho em uma sanga na Chácara do Sobrado. "Morávamos perto e as crianças, à tardinha, iam todas tomar banho na sanga quase seca", relatou. Rita Sarate lembrou que estava no seu primeiro emprego, e que o patrão conseguiu água dos poços e mandava os rapazes da empresa para abastecerem as casas dos funcionários. "Na nossa casa tinha um tonel, o que nos salvava. Muito angustiante", completou.

Dança da chuva


Magna Ferreira compartilhou que seus cachorros buscavam água no esgoto. E quem tinha dinheiro comprava pipas para abastecer suas casas. "Chamaram o índio Cobra Coral para fazer a dança da chuva, que disse que para cada milímetro de chuva tinha que ser plantada uma árvore", relatou. "Podem rir, criticar, mas a chuva chegou e nenhuma árvore foi plantada. Quem viveu aquele ano, lembra", acrescentou.

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