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Crise na bacia leiteira pode afugentar produtores do ramo

Sérgio Hubert/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Custos altos na produção preocupam setor

O modelo de importação de produtos adotados pelos governos estadual e federal está levando muitos produtores de leite a desistirem do ramo e fazendo com que outros arquem com pesado fardo para se manterem no setor. A cadeira leiteira é um dos pilares da economia dos municípios de Aceguá, Hulha Negra, Candiota e Pedras Altas.

Em recente pronunciamento em defesa do setor, o senador Paulo Paim (PT) afirmou que os produtores estão recebendo de R$ 1,40 a R$ 2 por litro de leite - valor que está “muito aquém dos custos de produção, sem considerar os investimentos necessários em suas propriedades e, ainda, o ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul, prejudicando em muito os produtores rurais”.

Segundo o parlamentar, a situação cria uma posição financeira “insustentável”, levando muitos a considerarem a possibilidade de abandonar a atividade leiteira.

No dia 19 de outubro, foi publicado o Decreto nº 11.732, que retira benefícios fiscais do Programa Mais Leite Saudável das indústrias que importam leite. Esta medida é uma das pautas da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) e dos sindicatos dos trabalhadores rurais. No entanto, esse decreto só entra em prática no próximo ano.

A Fetag está se posicionando fortemente para que o impacto do decreto seja sentido de imediato, especialmente pelas indústrias importadoras, que perderão esse benefício fiscal.

O presidente do Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Bagé e Região, Milton Brasil, informou que, ontem à noite iria acontecer uma reunião entre representantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná para tratar sobre as demandas que não foram atendidas pelo governo federal.

Segundo ele, a partir do que ficar definido nessa reunião, entre os dias 6 e 7 de novembro, os dirigentes sindicais devem ir até Brasília para cobrar medidas do governo federal. Brasil pontuou que, até agora, não avançou nada no sentido de auxílio para os produtores de leite.

O presidente do sindicato enfatizou que o produtor está pagando caro para a produção – pois o preço pago pelo litro de leite é baixo e os custos de produção são altos. Além disso, mencionou que o produtor está com dificuldades para renegociar as dívidas nos bancos. “Quem tem financiamento está devendo e não tem como desistir do ramo: é pior sem ele”, sustentou. E acrescentou que, nesse momento, o produtor não tem como se recuperar para se manter na ativa.

Foram realizados dois protestos para chamar a atenção para o problema. Um em Porto Xavier – divisa com Argentina - e outro na ponte de Jaguarão.

Mercosul
Ontem, aconteceu uma reunião da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembleia Legislativa. Os parlamentares trataram dos prejuízos aos produtores de leite em função das importações. O encontro foi coordenado pela presidente do colegiado, deputada Adriana Lara (PL).

Sem quórum para deliberar o requerimento de audiência pública que tratava do tema, os deputados falaram da crise pelo qual passa a cadeia leiteira gaúcha.

Os deputados presentes criticaram o governo federal, que aumentou a importação do produto do Uruguai e da Argentina sem proteger os produtores nacionais, nem propor políticas de incentivo. Também falaram da importância do setor para a economia do Estado e para as famílias produtoras, que, com a atual situação, acabam abandonando a atividade.

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