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Cresce o número de pedintes em Bagé

Arquivo imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Pós-pandemia expôs uma cicatriz na sociedade

O pós-pandemia expôs uma fratura que atingiu em cheio a economia. Aumentou sobremaneira o número de pedintes nas portas de alguns supermercados em Bagé. Dois deles são os mais procurados por gente pedindo comida. Um dos estabelecimentos de uma grande rede tem pessoas de diferentes idades abordando os clientes na porta por um gênero alimentício. Isso ocorre principalmente quando cai a noite - basta ir até o local para ver essa dura realidade.

A reportagem tem testemunhado vários casos. Um deles é de uma mulher jovem, porém com o rosto maltratado. Encostada alguns metros distante da porta do supermercado, ela aborda de forma tímida as pessoas para pedir um alimento. Quando recebe algo, da mesma forma tímida, ela deseja bênçãos ao doador.

Nesse mesmo local, um homem beirando os 50 anos de idade, senta perto da porta para pedir o que comer, sempre à noite. No outro supermercado de uma grande rede, quem vai pedir são pessoas diferentes, não costumam ser os mesmos. Desses que a reportagem testemunhou, ninguém pede dinheiro, mas sim comida, até um quilo de sal é solicitado. Leite e pão é o que mais pedem.

O que diz o secretário

Sobre essa realidade, o secretário municipal de Assistência Social, Habitação e Direitos do Idoso (Smasi), Graziane Lara, comentou que tem pessoas que vão até esses locais pedir. Por outro lado, falou que tem gente que é usuária de drogas, que pede ajuda na porta dos supermercados e trocam por entorpecentes. "Nós aqui na secretaria ajudamos cerca de 250 pessoas por semana e todas aquelas que se enquadram dentro dos programas oferecidos pelo governo sempre são atendidas", garantiu.

Sobrevivência

Para avaliar o cenário de crise que empurrou muitas pessoas para essa realidade, a reportagem conversou com o economista Eduardo Palmeira. Segundo ele, isso que está acontecendo é o reflexo da própria sociedade e que governantes fizeram, de certa forma, que muitas pessoas ficassem em casa durante a pandemia. "Foram dispensadas dos seus serviços, não por vontade própria", enfatizou.

Palmeira citou como exemplo os funcionários da construção civil, onde muitas obras foram paralisadas e isso fez com muitos funcionários não retornassem ao trabalho. "Hoje o Brasil está retomando postos de trabalho. Ainda temos pessoas desempregadas, não porquê elas querem, mas por falta de emprego. Me parece que o pedir passou a ser uma forma de sobrevivência", pontuou o economista.


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