As celebrações da Semana Santa, pelo segundo ano consecutivo, serão no meio da pandemia do novo coronavírus. O bispo dom frei Cleonir Dalbosco disse que mesmo o mundo estando nessa pandemia, em que a covid-19 já ceifou milhares de vidas, os católicos estão vivendo esse período da liturgia, que é chamada "Semana Maior".

No que diz respeito às celebrações e rituais da Semana Santa, o religioso afirmou que vão ocorrer de forma diferente, pois é necessário seguir os protocolos vigentes no município determinados pela Saúde.

A Semana Santa começou com o Domingo de Ramos. De acordo com o bispo, durante a semana, as paróquias irão realizar as missas, sempre às 18h, com até 30 pessoas ou com 10% da capacidade da igreja.

Na quinta-feira, sempre ocorre a Missa de Lava-pés. Em razão da pandemia, no lugar do gesto, vai ser feito um momento de reflexão sobre o significado do Lava-pés. Na Sexta-feira Santa não haverá procissão e nem o ritual do beijo do Cristo morto, para evitar qualquer tipo de contaminação. "Mas vamos orar e pedir a Deus que esse vírus vá embora o mais rápido possível, porque foram vários sacerdotes infectados; 1,3 mil mortes entre bispos e sacerdotes", disse dom Cleonir.

O bispo falou que não há o que comemorar quando milhares de pessoas morrem de covid-19. "Mas, para nós cristãos, a Páscoa é um dia de celebração porque Cristo não morreu, ele ressuscitou. A morte não é o fim, apenas passamos para a vida eterna. A Páscoa representa esperança e vida no reino do céu", pontuou o religioso.

Tríduo Pascal

A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou orientações e sugestões para que as arquidioceses e dioceses possam realizar as celebrações diante das exigências sanitárias impostas por causa da pandemia, que interferem diretamente no rito celebrativo da Semana Santa.

Para ajudar a compreender o sentido litúrgico deste momento, a CNBB divulga o significado de cada dia da Semana Santa.

Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. A celebração conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. À noite ocorre o gesto do Lava-pés, que é um ritual litúrgico realizado durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem. Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal. Nesse dia é comemorado a instituição do sacerdócio.

A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama da morte de Cristo no calvário. Em muitas paróquias e comunidades são realizadas a encenação da Paixão da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo, por meio da meditação das 14 estações da Via-crúcis.

Na noite do Sábado Santo, ocorre a celebração da Vigília Pascal. Essa é a celebração mais longa da Igreja Católica - onde acontece a bênção do fogo, procissão com círio pascal e a proclamação da Páscoa.

O domingo da ressurreição é o dia santo mais importante dos cristãos.