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Racionamento

Bagé vai acionar Pedreiras e passar racionamento para 15 horas

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Pedreiras ontem à tarde

Com as barragens que abastecem a cidade em níveis críticos, as pedreiras serão acionadas e o racionamento irá aumentar para 15 horas. Em reunião, ontem, na Prefeitura, foi criado um conselho de situação de crise para enfrentamento da estiagem, semelhante ao que atuou no início da pandemia de covid-19, em que diversos setores da sociedade participaram. “Nós vamos reunir este conselho, mostrar os números para tomar decisões e informar a cidade em relação a isso”, falou o prefeito Divaldo Lara.

Segundo ele, é muito importante a conscientização da população. “A crise no abastecimento é algo que envolve a todos. Estamos calculando o pior cenário, que hoje é que não temos precipitações suficientes para nos dar uma esperança que vamos terminar com a estiagem ainda em abril”, disse. De acordo com informações da comunicação do Departamento de Arroios, Água e Esgotos de Bagé (Daeb), a situação dos reservatórios da cidade se agravou nos últimos dias, com as altas temperaturas e com a falta de chuvas.

A barragem da Sanga Rasa está 7,4 metros abaixo do normal. Já a do Piraí está 4,15 metros negativos. Neste mês de março, a Estação de Tratamento de Água (ETA) registrou, até o momento, apenas 3,3 milímetros de precipitação, índice muito abaixo da média histórica, que é de 113,5 milímetros.

O diretor do Daeb, Franco Alves, informou que as pedreiras serão reativadas para o abastecimento da zona Leste da cidade e que está previsto o aumento do racionamento para 15 horas a partir do dia 21 de março. Também será realizado o carregamento de água bruta de uma reserva particular para a barragem Emergencial. “O objetivo das ações é ampliar os dias de abastecimento caso não chova. Hoje temos cerca de 40 dias de água. Com estas ações, ganhamos mais 20 dias de reserva”, apontou.

O Daeb também atua com quatro caminhões-pipa, dois próprios, um alugado e um do Exército. Estes veículos abastecem o interior e a cidade, principalmente pontas de rede, em que a água demora mais a chegar durante o racionamento.

Na tarde de ontem, o diretor do Daeb conversou com a reportagem. Ele lembrou que, desde o primeiro dia de fevereiro, Bagé vem enfrentando um racionamento de 12 horas. Ele mencionou que a situação se agravou bastante nos últimos 30 dias. O gestor comentou que, nesse período, houve um aumento elevado no consumo de água por causa das altas temperaturas. Lembrou que, no mês de fevereiro, as médias foram de 35 graus, e que em março tudo voltou a funcionar de forma normal (após o período de férias e carnaval).

O diretor da autarquia ressalvou que as precipitações estão bem abaixo da média. “Por esse motivo, estamos com uma preocupação muito grande e, desde a semana passada, estamos reunidos com os técnicos do Daeb para que possamos fazer uma avaliação desse contexto”, ressaltou. Alves comentou que as previsões apontam chuva para o mês de abril e ainda faltam 45 dias para isso.


Racionamento
Alves disse que o racionamento passará a ser de 15 horas nos mesmos moldes atuais - onde a cidade é dividida em dois setores. Ao ser questionado o motivo pelo qual não se opta por um racionamento geral de 15 horas, o diretor do Daeb explicou que isso é impossível porque poderia ocorrer o rompimento de adutora. “Para evitarmos um transtorno maior em rede, preferimos o mesmo molde que é atualmente apenas aumentando de 12 para 15 horas”, falou.

O diretor informou que as pedreiras , localizadas na zona Leste da cidade , entram em funcionamento ainda esta semana. “Vamos largar a água já clorificada e tratada. Será solta na rede e irá atender, apenas, nesse primeiro momento, os bairros Balança, Dona Teresinha, Adão Pedra, Prado Velho, Morgado Rosa, Habitar Brasil, Moriá e Ebenezer, totalizando 18 mil usuários, mas claro que as pedreiras também sofrerão racionamento e isso terá um investimento emergencial de R$ 400 mil. E, se for necessário, abastecer caminhões-pipa com a água das Pedreiras, isso será feito", detalhou.

Perguntado sobre o abastecimento nas propriedades rurais, Alves falou que é feito por quatros caminhões-pipa .

Pedreira da Entel
Franco Alves também disse que existe uma pedreira conhecida como pedreira da Entel, localizada na estrada da Serrilhada, e que já foi usada em outros períodos de estiagem, onde a água era carregada de caminhão-pipa e levada até a barragem Emergencial. Segundo ele, há uma possibilidade de ser usada, mas isso depende do apoio do Exército.

Barragem
De acordo com o prefeito, para solucionar a histórica falta de água na cidade, a Prefeitura e o Exército estão construindo há mais de um ano a nova Barragem da Arvorezinha. A obra já está 40% concluída. "Neste momento de mais uma estiagem, pedimos a participação da população no uso consciente da água. Vamos trabalhar em conjunto, neste momento primordial", falou o prefeito.

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