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Travessia

A saga de um refugiado do Vietnã

Reprodução/Twitter imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Chan Minh Dinh conta trajetória em livro que será lançado hoje

Uma história real de fuga, sobrevivência e vocação. Essa é a saga do padre vietnamita Chan Minh Dinh, de 43 anos, transformada em livro que será lançado hoje, às 10h, na Leb Livraria. Ontem, o religioso que resolveu fugir do jugo imposto pelo regime comunista do Vietnã e lutar pela liberdade concedeu entrevista ao jornal Folha do Sul.

O sacerdote contou que nessa guerra a situação era muito confusa, e que um dia o pai saiu para trabalhar e pisou em uma mina. A mãe, viúva, teve que alimentar nove filhos. "A missão dela foi pesada e grande", recorda. Quando o pai morreu, Chan tinha oito meses de vida.

Para fugir do país, a mãe teve que dividir a família em quatro diferentes viagens. Porque em uma fuga dessa dimensão só haviam três possibilidades - prisão domiciliar, morte ao alto mar ou ataques de piratas que eram inclementes com as vítimas. Por isso a decisão difícil da mãe de separar a família, que ficou nessa condição durante 22 anos. Só foram se reencontrar em 2011, nos Estados Unidos. Chan tinha oito anos de idade quando teve que abandonar a terra natal. Arriscar a vida em alto mar era a única chance de fugir do regime comunista sangrento e sufocante.

O destino foi a Tailândia. Quando chegou nesse país, Chan descobriu que milhares de vietnamitas tinham morrido - onde perdeu 15 primos. "Deus poupou a minha vida e não a dos outros, então o que Ele quer de mim". Lá, durante dois anos, passou por quatro acampamentos diferentes.

Resgatado pelos americanos, depois mudou para as Filipinas para aprender inglês e os costumes dos Estados Unidos. Após oito meses de espera, enfim conseguiu chegar em solo americano.

Diz que aprendeu o português na marra mesmo, graças ao contato com jovens e com famílias com quem colocou em prática.

Vocação

A vocação sacerdotal tem raízes no Vietnã muito graças ao trabalho dos missionários. Chan conta que a família era religiosa. O incentivo foi da mãe. O que ajudou muito a descobrir a vocação foi aquela pergunta nos momentos mais derradeiros em busca da liberdade - "Deus poupou a minha vida e não a dos outros, então o que Ele quer de mim". O padre o responde: "Poupou sua vida para que ele fosse um instrumento de evangelização".

O homem que nasceu e passou a infância no Vietnã, fugiu do regime comunista em busca de liberdade, viveu exilado na Tailândia e nas Filipinas, recebeu asilo definitivo nos Estados Unidos, tornou-se padre da Congregação dos Legionários de Cristo e hoje exerce o sacerdócio no Brasil.

Em Bagé

O padre foi convidado pelo movimento Regnum Christi em Bagé para ministrar uma palestra na Capelania Militar sobre sua trajetória e para o lançamento do livro hoje.

O movimento compartilha a mesma espiritualidade e carisma dos religiosos da Congregação dos Legionários de Cristo.

 

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