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A história dos homens que viraram moradores de rua

Lorena Robaina imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Da direita, Pereira, Andrades e Silveira tem histórias parecidas

As noites frias dos últimos dias em Bagé fizeram com que a Secretaria de Assistência Social, Habitação e Direitos dos Idosos abrisse o ginásio Presidente Médici (Militão) para abrigar moradores que vivem nas ruas.

No ginásio, os que estão lá podem escolher se querem apenas pernoitar ou ficar o dia todo no local. Eles têm banho quente, café da manhã, almoço e janta. No compartimento com beliches tem aquecedor e televisão.

Na tarde dessa sexta-feira, a reportagem foi até o Militão para saber quem são essas pessoas que resolveram sair de suas casas e ir morar na rua enfrentando chuva, frio e alguns tendo como companhia a cachaça. Três homens estavam sentados tomando sol, "lagarteando" como diz o ditado gaúcho, nos fundos do ginásio.

Os três têm histórias muitas parecidas que os levaram para a rua - mulher, traição e cachaça.

"Me atirei na cachaça"

Luís Antônio Pereira, de 53 anos, contou que antes de ir morar na rua ele trabalhava como ferreiro. Era casado e vivia com a mulher  e três filhos, mas acabou se separando e ela foi embora com os dois filhos para a região Metropolitana. O homem diz que apenas tem contato com o filho que ficou em Bagé. "Depois que minha esposa foi embora com os filhos, eu me atirei na cachaça e faz seis meses que estou na rua", confidencia.

Pereira dormia na grama do Banrisul antes de ser levado para o Militão. Ele conta que faz quatro dias que não bebe. "Cada dia é um recomeço", comenta.

"A mulher queria me bater"

Israel Andrades, de 33 anos, relata que é natural de Porto Alegre, onde trabalhava como flanelinha. Quando estavam em albergue na capital gaúcha, conheceu uma mulher que também estava no local e era natural de Bagé. Aí engataram uma conversa e ele resolveu vir para morar com ela em na rainha da Fronteira. "Decidimos morar juntos, mas acontece que tive que sair de casa porque a mulher queria me bater, aí a solução foi ir para rua", conta.

Andrades revela que é consumidor de crack e que estava na rodoviária onde passava a noite, e que os servidores da prefeitura o encontraram e perguntaram se ele queria ir para o Militão. "Eu queria vim para cá e eu aceitei, mas assim que der quero ir embora e tentar a vida em Florianópolis", afirma.

Traição e canha

Rafael Silveira, de 33 anos, trabalha no setor de desossa de um frigorifico. Ele viu a vida mudar quando chegou em casa e pegou a mulher na cama com outro homem, aí se desesperou e saiu de casa. Dias depois, os pais dele morreram. "Aí me atirei na cachaça e fui morar na rua", diz.

Ele conta que vive nessa situação há dois anos. Silveira ressalta que estar abrigado no Militão nesses dias intensos de frio é uma benção de Deus e que faz quatro dias que não coloca uma gota de canha na boca. Quero arrumar um emprego e ir para a igreja", comenta. 

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