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Avaliação

"Impacto do Desenrola ainda é incerto"

Niela Bittencourt imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Só nesse primeiro semestre, mais de 11,6 mil bageenses perderam o crédito

O governo federal lançou, esta semana, o programa Desenrola. Na primeira fase, que entrou em vigor na segunda-feira, as instituições financeiras limpam o nome das pessoas com débitos de até R$ 100 vencidos até 31 de dezembro do ano passado. A dívida não é perdoada. Apenas o devedor deixa de ficar com o nome sujo e pode contrair novos empréstimos e fazer operações como fechar contratos de aluguel. 

  

O interessante é que essa dívida (de até R$ 100) não poderá voltar a ser negativada. O efeito da negativação na vida do devedor cai, como restrições para fazer contrato de aluguel e comprar com carnê. A dívida continua crescendo em termos contábeis, mas tem a negativação definitivamente suspensa, com o destacou o assessor especial da Secretaria de Reformas Econômicas, Alexandre Ferreira.  

  

Aciba aborda medida 

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Bagé, a Aciba, Eduardo Soares, avaliou a medida como muito importante para a economia. "Porém, o impacto do Desenrola ainda é incerto, pois o sucesso desse programa vai depender de fatores como volume de adesões, de credores e consumidores", ponderou. Além disso, apontou, também é preciso atentar que nem todos os devedores poderão usufruir desse programa, já que há regras e é preciso se encaixar nelas. "É importante salientar que, aqui em Bagé, o primeiro semestre fechou com mais 11,6 mil negativados, segundo os dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito local. Isso significa que nós temos uma grande parcela da população economicamente ativa com restrição financeira, que não conseguirão, com certeza, realizar compras", contextualizou. "Então, precisamos aguardar para ver o quanto esse fomento vai impactar, porque depende dessas variáveis citadas". concluiu. 

  

Cresce o número de negativados em Bagé 

No acumulado dos seis primeiros meses do ano de 2023, um total de 11 681 consumidores bageenses foram negativados e perderam o crédito. No mesmo período do ano passado, o total de apontamentos no Serviço Central de Proteção ao Crédito, SCPC Bagé, foi de 10 029. Ou seja, no comparativo, houve aumento no índice de inadimplência no primeiro semestre, quando 1 652 consumidores a mais do que no ano de 2022 "perderam o crédito na praça". Tais dados foram divulgados pelo diretor do SCPC Bagé, Francisco Pinto, e apresentados pelo Folha do Sul no início deste mês de julho 

  

Mês a mês 

No comparativo mês a mês, é possível afirmar que houve queda no índice de inadimplência. Isso após uma suba registrada no mês de maio. Ou seja, no mês de junho houve a retomada de uma sequência de reduções, que se repetia desde agosto de 2022 - apenas em janeiro, março e maio deste ano isso não se confirmou. Em síntese, foram 2 421 consumidores negativados em agosto; 2 366 em setembro; 2 282 em outubro; em novembro, 1 878; e em dezembro, 1 476. Ou seja, a inadimplência estava em queda.  

 

Em janeiro de 2023, subiu, com um total de 2 241 negativados. Houve nova redução em fevereiro, com 1 714 registros; e suba em março, com 2 168. O mês de abril fechou com 1 274 registros - uma diferença de 894 consumidores negativados em comparação ao período anterior; e maio encerrou com 2 223 registros (949 a mais que em abril). Em junho, um total de 2 061 registros foram contabilizados - 162 a menos que no período anterior.  

  

Faixas 

O Desenrola tem duas faixas de devedores, conforme detalhou a Agência Brasil. A faixa 2, que entrou em vigor nessa segunda-feira, abrange as renegociações de débitos com bancos para quem tem renda de até R$ 20 mil sem limite de valor de dívidas, o que permite o refinanciamento de imóveis e de veículos, por exemplo. 

  

Prevista para ser lançada em setembro, a faixa 1 abrange devedores inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou de renda mensal até dois salários mínimos com débitos de até R$ 5 mil com empresas de fora do sistema financeiro. A categoria abrange concessionárias de água, energia e gás e crediário em comércio.  


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