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Controvérsia

Umbandistas criticam restrição de uso e sujeira no Quebracho

Paula Gonçalves/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Local fica no município de Hulha Negra

Nos dias 20 de janeiro e 2 de fevereiro acontecem as festas de Oxossi (São Sebastião) e Iemanjá. Várias terreiras de Bagé costumam ir para a área do Quebracho, onde estão localizadas as grutas com os dois orixás. O local, que é frequentado há anos pelos umbandistas, agora está no meio de uma controvérsia.

Muitos vão até o Quebracho, que pertence a Hulha Negra, para fazer entrega de oferendas, e até mesmo durante os finais de semana o lugar é visitado por pessoas que vão para tomar banho no arroio. Há quem acampe no local e outros vão apenas para aproveitar a sombra.

O babalorixá da Associação Tempo de Oxalaguiam, Miguel de Oxalá, postou uma crítica em uma rede social referente a limitação do uso da área, que, segundo ele, é apenas para alguns e falou sobre a sujeira que tomou conta do espaço . "Não sabia que o Quebracho tinha dono. Até onde eu sei é um lugar de culto e um local público. Este ano já falei. Não vou me calar pra nada. Por isso não faço nada lá", bradou.

A postagem repercutiu e gerou uma série de reclamações por parte de outras lideranças umbandistas. "Fui lá e fiquei chocada com a sujeira. Isso é uma falta de respeito com a nossa natureza. Podemos fazer nossas entregas sem desrespeitar ela", escreveu uma internauta.

Sem mencionar nome, foram feitas críticas ao presidente da Associação Espiritualista de Umbamba, Delmar Medeiros. Em resposta a postagem de Miguel de Oxalá, um escreveu: "Exatamente, meu irmão. Ano passado eu me manifestei quanto a isso e o senhor presidente, que se diz dono, me tem como inimigo dele porque levantei o assunto de ser uma área pública, da qual eles se adonaram".

Outra liderança escreveu que foi levar "uns axés" e o local estava tomado de sujeira, garrafas, taças, copos, pratos, marmitex, sacos de limpeza e papéis. "Nossos Orixás não absorvem esta sujidade. Deixem apenas os axés, sem pratos. Coloquem em baixo folhas de mamona, de bananeira ou façam uma toalha de pétalas de flores, de pipocas. É a natureza a qual ofertamos aos nossos Orixás e guias. Tem que ser respeitado", asseverou.

Um lembrou que todos têm que fazer sua parte. "Se cada irmão fosse ciente, não estaria podre como está. Falta conscientização de muitas partes".

Outros reclamaram de ser impedidos de fazer suas obrigações no local, porque não são sócios. Porém, não mencionaram sócio de que.

A reportagem conversou com Miguel de Oxalá. Ele chamou de vergonha o que está ocorrendo na área do Quebracho e disse entender que é um local público. "Não se consegue fazer uma obrigação porque as grutas são fechadas a chaves. Ali devia ser um espaço para todos os umbandistas, independente de serem sócios ou não da Associação Espiritualista de Umbanda de Bagé. Imagina chegar lá e os espaços já estarem pré-determinados apenas para os associados deles. Isso está errado. Sem falar que o local está abandonado: o mato e a sujeira estão tomando conta", criticou.

Contraponto

Procurado pela reportagem, o presidente da Associação Espiritualista de Umbanda de Bagé, Delmar Medeiros, disse que essas pessoas que estão usando as redes sociais para reclamar não ajudam em nada. "Eles vão lá, usam o espaço e deixam tudo sujo e aí depois só sabem reclamar", respondeu.

Segundo ele, em relação à limpeza do local, a associação já encaminhou um pedido para a Prefeitura de Hulha Negra para que efetue tal serviço. "E uma coisa que nós vamos fazer é cercar a área que nos pertence", avisou.


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