Nos últimos dias, quem passou pelo Parque do Gaúcho deve ter visto um cenário diferente, mais precisamente na Cidade Cenográfica de Santa Fé. Parte da estrutura tombou. De acordo com a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), isso é resultado, além das ações do tempo, de atos de vandalismo.

Parte da estrutura está no chão. Conforme o titular da Secult, João Schardosim, isso é fruto de diversos atos de vandalismo que ocorrem continuamente. "Tem pessoas que levam alguns materiais de lá como uma espécie de recordação. E como ali é uma estrutura frágil, não é uma edificação, qualquer chute consegue derrubar", afirmou.

Situação parecida ocorreu com a capela que fica no Centro Histórico Vila de Santa Thereza, que teve parte danificada após atos de vandalismo. "Isso é recorrente em monumentos, estátuas e locais públicos. É lamentável e fica o nosso repúdio", lamentou Schardosim.

Sobre o que será feito de agora em diante, o secretário afirmou que já há um processo licitatório em andamento para a reforma do local. Vale destacar que já houve outras licitações que não registram nenhuma empresa interessada em assumir a obra. Na época, a justificativa era os valores abaixo dos praticados para empreendimentos deste tipo. Os valores foram revisados e a licitação está em andamento novamente.

Construída em 2012 para abrigar as filmagens de "O Tempo e o Vento", baseado na obra do escritor gaúcho Érico Verissimo, a cidade cenográfica de Santa Fé virou ponto turístico de Bagé. A reconstrução da cidade fictícia de uma das maiores obras da literatura gaúcha ocupa uma área de 10 mil metros quadrados, no Parque do Gaúcho. As paredes das casas são feitas de uma espécie de compensado, cobertas com reboco. Toda a estrutura foi pensada para ser algo temporário, que durasse somente o período das gravações do filme. Entretanto, o local recebeu apenas reparos emergenciais desde então e os materiais temporários nunca foram trocados por definitivos.