Há cerca de um mês as coletas de sangue em Bagé não têm acontecido. Na próxima semana haverá uma reunião para definir a retomada do serviço. Entretanto, a Secretaria de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência já garantiu a continuidade do serviço na cidade.

A coleta de sangue em Bagé foi retomada no início deste ano após um longo período sem o serviço. As primeiras edições aconteceram mensalmente e depois se tornaram quinzenais, assim como era o planejado pela Secretaria. Contudo, no mês de agosto as coletas foram interrompidas.

Há cerca de duas semanas a reportagem do jornal Folha do Sul conversou com Gisele Pinto, que coordena o Hemocentro Regional de Pelotas (Hemopel), responsável pela coleta de sangue em na Rainha da Fronteira. Ela contou que a agenda de coletas em Bagé previa datas até o final do mês de julho. Após esse período, o volume de doações passa por uma avaliação da unidade.

Ontem a reportagem conversou com o titular da Secretaria de Saúde de Bagé, Michelon Apoitia. Ele informou que a coleta foi suspensa por causa das férias de parte da equipe do Hemopel. Uma reunião está agendada para o próximo dia 6 para definir a retomada do serviço. A expectativa é de que a coleta seja retomada no final de semana seguinte após a reunião.

Ao ser questionado se haveria a possibilidade de Bagé perder o serviço novamente, Apoitia foi categórico ao afirmar: "não, de forma alguma". Sobre a volta das coletas em outros municípios da região, o secretário afirmou que tudo depende da reunião entre os órgãos.

Necessidade

Recentemente, o Estado fez um alerta sobre o baixo estoque de sangue. Gisele confirmou que o Hemopel também está com estoque abaixo do esperado.

De acordo com dados repassados pelo Hemopel, em média, são enviadas 170 bolsas de sangue para Bagé. Vale destacar que o Hemopel é responsável por abastecer os três hospitais de Pelotas - São Francisco de Paula, Pronto Socorro e Beneficência Portuguesa - além de outros 23 municípios das regiões Sul e Campanha, incluindo Bagé. Por isso, a queda no número de doações é um problema grave que afeta toda a metade Sul do Estado, sobretudo quem sofre algum tipo de acidente ou que precisa fazer qualquer tipo de procedimento médico que dependa de sangue.

A unidade fica aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30min. O Hemopel fica na avenida Bento Gonçalves, 4 569, próximo ao Colégio Municipal Pelotense. O telefone para contato é o (53) 3222 3002 ou o WhatsApp (53) 98156 1209.

A doação de sangue e seu processamento são fundamentais para garantir a disponibilização de componentes sanguíneos para os pacientes que necessitam de transfusão, como vítimas de acidentes, que necessitam de cirurgias ou outras situações clínicas. Se cada cidadão saudável doasse sangue pelo menos duas vezes por ano, não seriam necessárias campanhas emergenciais para coletas de reposição de estoques. O sangue não tem substituto e, por isso, a doação voluntária é fundamental. Uma simples doação pode salvar muitas vidas.

Toda pessoa em boas condições de saúde pode doar sangue sem qualquer risco ou prejuízo à sua saúde.

Quem pode doar

As regras gerais para doação são ter entre 16 e 68 anos e peso superior a 50 quilos. No caso dos adolescentes, eles precisam da autorização do responsável legal para fazer a doação. Também é necessário que o doador procure o Hemopel portando um documento de identificação com foto. No dia da doação, o doador precisa estar alimentado, ter dormido pelo menos seis horas na noite anterior a doação, não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas e evitado fumar uma hora antes. Os homens podem doar a cada dois meses, totalizando, no máximo, quatro vezes ao ano; já as mulheres podem fazer a doação a cada três meses, até três vezes por ano.

Outra orientação do Hemopel é que pode doar sangue qualquer pessoa saudável, sem sintomas gripais, que não teve contato com suspeitos ou diagnosticados com a covid-19. Quem teve a doença pode doar após 30 dias de ser considerado curado.

A doação é a retirada de aproximadamente 450 mL de sangue, através de inserção de uma agulha em um dos braços. A coleta é feita por pessoal capacitado e sob supervisão de um médico ou enfermeiro, garantindo o bem estar do doador.