O Gabinete de Crise manteve os 14 Alertas já emitidos às regiões covid-19. A região 22 está entre elas. No caso da região de Bagé, consta que houve uma redução de 5,9% de internados em UTI, entre casos suspeitos e confirmados. "A região possui 16 internados por covid-19 em UTIs e taxa de ocupação de 71,4%, com 10 leitos livres", detalhou o boletim estadual.

Outro fator que foi determinante para a manutenção do alerta é que a região apresenta a segunda menor proporção da população vacinada com segunda dose. O percentual é de 11,4%, segundo divulgação. Mas o Estado destacou que a decisão foi influenciada pela macrorregião (Pelotas também recebeu o Alerta).

É importante lembrar que, desde o dia 11 de junho, medidas restritivas são válidas no município. Está proibido o consumo de álcool em locais públicos, como praças e vias urbanas. Assim como não é permitido permanecer em praças e até mesmo em vias urbanas para fins de aglomerações. A prática de atividades físicas nestes mesmos locais está permitida. Mas há limitação de horário: apenas até as 21h. Festas, shows, rodeios e afins não estão permitidos.

O coordenador da Vigilância em Saúde, Geraldo Gomes, naquela ocasião, chegou a comentar que o maior desafio seria reeducar a população e pediu que todos utilizem máscaras e não aglomerem. Ele destacou as praças, que, aos finais de semana, ficam lotadas. Nos dois finais de semana posteriores ao decreto a reportagem verificou que a população segue se deslocando até as praças, sobretudo a da Estação. E há aglomerações até mesmo em frente ao prédio do Centro Administrativo (inclusive com consumo de álcool no local).

Gomes garantiu que a fiscalização, mais uma vez, será intensificada. Para hoje, está prevista uma reunião com a Brigada Militar, que tem apoiado o município. O coordenador enfatizou que nunca houve a intenção de arrecadar com a fiscalização, mas que o descumprimento ao decreto deve ser combatido. Por isso, aqueles que forem flagrados descumprindo as medidas irão responder um termo circunstanciado. O principal desafio são os jovens, que insistem em não usar máscara e aglomerar. Sobre as aglomerações em frente ao Centro Administrativo, o coordenador pontuou que o local chegou a ser isolado para não ser utilizado. Blitze também ocorreram nesse sentido.

Por outro lado, ele defendeu que houve uma redução no número de internações e disse acreditar que o Alerta foi mantido muito em decorrência dos índices da macrorregião. Mas admitiu que, sim, os jovens têm descumprido decreto e que as praças serão alvo de fiscalização, sobretudo à noite. Também mencionou que a chuva e o frio têm sido aliados, pois evitam que muitos se desloquem até os locais públicos, mas se sabe que poucas horas após a precipitação alguns insistem em ir até os espaços. O profissional lembrou que, entre aqueles que estão indo a óbito em decorrência da covid-19, a maioria são jovens, pessoas com mais de 30 anos.

Questionado sobre a questão da vacina, já que o Estado informou que a região está entre as últimas no ranking da imunização com a segunda dose, sustentou que a vacina tem tido grande procura, sim, no município de Bagé. As doses de CoronaVac que foram remetidas ao município para aplicação da segunda dose, quase em sua totalidade, foram aplicadas. Restam poucas pessoas a serem vacinadas, argumentou ele.

Na divulgação do Estado, o argumento para deixar as mesmas 14 regiões em Alerta foi o seguinte: "A manutenção dos Alertas não significa que a situação da covid-19 está confortável nessas regiões. Pelo contrário, demonstra a necessidade de manter a cautela, reforçando a manutenção de protocolos de distanciamento e de higiene sanitária". E completou: "Os números de internações e óbitos ainda estão muito elevados. Não podemos nos descuidar. Alcançamos uma estabilidade muito alta, e isso, além de nos causar preocupação, obriga que os cuidados sejam redobrados".