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Acusado

Professor preso nega ter cometido estupros

Divulgação FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Preso chegando para audiência de custódia

Na tarde de sexta-feira, ao ser chamado para prestar depoimento, um homem de 47 anos foi preso preventivamente pela Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher (Deam) suspeito por estupros. Conforme informações da delegada titular da Deam, Waleska Aline de Alvarenga, uma mulher, que tem uma deficiência, contou que é aluna do acusado. A delegada relatou que essa vítima contou para sua mãe que tinha sido estuprada e que o estuprador tinha sido o professor.

Ao ouvir o relato da filha, a mãe foi até a delegacia e informou o que tinha acontecido. A delegada afirmou que, após ouvir o relato da mãe da vítima, instaurou um inquérito policial, onde foram ouvidas algumas pessoas que trabalham na instituição para crianças com deficiências física e intelectual. No decorrer da investigação, a delegada ressalvou que compareceu na delegacia uma segunda vítima, que relatou que também havia sido estuprada pelo mesmo professor.

"Nós aqui na delegacia continuamos ouvindo os professores e psicólogos da instituição", explicou a delegada. "Foi quando uma terceira vítima compareceu aqui na Deam e nos relatou que tinha sido estuprada dos 10 aos 15 anos pelo mesmo professor, inclusive o laudo pericial comprovou o estupro. Essa vítima relatou que ela tem uma irmã com paralisia cerebral decorrente de uma meningite e que ela também havia sido estuprada", detalhou. Waleska destacou que, até sexta, a polícia havia apurado que o professor estuprou quatro vítimas. "Mas acreditamos que pode haver mais ", ponderou a delegada - e isso acabou se confirmando, já que ontem mais duas procuraram a delegacia. "De posse das informações, nós solicitamos o mandado de prisão preventiva junto a 2ª Vara Criminal, que foi deferida e, após os trâmites legais, ele foi encaminhado ao Presídio Regional de Bagé", detalhou.

Investigação desde setembro

Na tarde de ontem, a delegada Waleska Aline de Alvarenga conversou com a reportagem do jornal Folha do Sul e contou que as investigações começaram na metade do mês de setembro, quando uma das vítimas, acompanhada da mãe, procurou uma instituição que trabalha com pessoas com deficiência. No local, as duas contaram que a menina tinha sido estuprada. Waleska explicou que os profissionais da instituição orientaram a mãe da vítima a procurar a Delegacia da Mulher. "Quando ela chegou aqui e nos relatou que a sua filha tinha sido estuprada, foi aberto um inquérito policial e outras vítimas compareceram na delegacia e também relataram que tinham sido estupradas", retomou.

A delegada falou que, ontem, a mãe de duas novas vítimas registraram um boletim de ocorrência contra o professor e uma das vítimas é um menino de 5 anos. Ou seja, já são seis pessoas que afirmam terem sido estupradas pelo acusado. "Embora ele já esteja preso, a Deam está toda empenhada. Ainda estamos fazendo algumas diligências. Temos o prazo de 10 dias para concluir o inquérito", explicou. Waleska disse acreditar que até o final desta semana o inquérito policial deve ser encaminhado para o Ministério Público. Ao ser questionada o que o preso falou durante o depoimento, a delegada comentou que ele negou todos os crimes.

Audiência de custódia

Passavam das 16h quando os agentes da Superintendência Dos Serviços Penitenciários (Susepe) chegaram no Fórum com o preso para a audiência de custódia (que é uma rápida apresentação da pessoa que foi presa ao juiz, onde também é ouvido o Ministério Público, Defensoria Pública ou o advogado de defesa). Em síntese, o juiz analisa a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão, ou para aplicar alguma medida cautelar, ou a eventual concessão de liberdade. Também é feita uma análise para ver se o preso sofreu maus-tratos). Após o término da audiência, o preso foi levado novamente para o Presídio Regional de Bagé.

Quarenta e cinco

A reportagem apurou junto a uma fonte, no Presídio Regional de Bagé ,que o professor que foi preso na última sexta-feira está em um alojamento dentro do Presídio com mais 45 pessoas que respondem pelo mesmo crime. A reportagem procurou, por telefone, as direções das instituições onde o professor trabalhou, mas ninguém atendeu as ligações. Também foi feito contato com o advogado de defesa, mas ele também não atendeu as ligações.

Relato de um trauma

A reportagem conversou com uma estudante de Psicologia de 24 anos, que afirmou que, aos 6 anos, foi aluna de flauta do professor em uma escola particular e que foi vítima de abuso sexual. "Ele era mais carinhoso comigo do que com os outros colegas. Eu tinha só 6 anos e os professores não acreditaram porque, infelizmente, o relato de uma criança não era levado a sério. Eu troquei de turma. Meus pais, depois, me trocaram de escola. E isso afetou muito a minha vida, porque eu tinha muito medo e isso me causou um bloqueio", relatou. "Hoje, 19 anos depois, ao saber que ele foi preso, a ficha ainda não caiu", acrescentou.

A estudante contou que fez uma postagem na redes sociais porque ela soube que as vítimas não tinham como se expressar pelo fato de terem uma deficiência. "A postagem durou apenas 10 minutos e depois apaguei, mas já estava circulando em grupos de WhatsApp e não sei quem colocou nos grupos de internet", comentou. "Eu só consegui curar esse trauma com muita terapia e ajuda de psicólogos. Hoje, sou casada e tenho uma filha de 2 anos, mas não tenho coragem de colocar a minha filha em um escolinha", mencionou.

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