Um dos setores mais afetados pela pandemia está vivendo o seu apogeu este ano. Rica em suas diversidades, a região da Campanha tem sido um atrativo para os turistas, que apreciam as belezas naturais do Pampa Gaúcho, o vinho produzido nessas terras e a culinária.

Convidada pelo Folha do Sul para fazer a avaliação de como foi o ano para o setor, a presidente da Associação Pampa Gaúcho de Turismo (Apatur), Clori Perruzzo, falou com o entusiasmo de quem venceu as adversidades impostas pela pandemia de covid-19. Segundo ela, 2022 foi um ano bom para o turismo. "Voltamos a mil", vibrou a empresária.

A presidente contou que a estratégia da Apatur para atrair turistas para Bagé e região,foi junto do trade turístico (conjunto de equipamentos e de toda estrutura constituinte do produto turístico): mostrar que a região da Campanha tem condições de sobra para fazer um bom trabalho nesse setor.

Clori lembrou que, no ano passado, tudo foi mais devagar. Que poucas pessoas viajaram - e apenas grupos menores, como casais e famílias vinham passear na região.

Desafios

Para a presidente da Apatur, em termos de atrativos turísticos, o maior desafio da região é o acreditar de toda a população e, sobretudo, o trade acreditar e investir. "Turismo não se faz se não tiver investimento. Primeiro tem que investir, arrumar atrativos e os espaços para, depois, trazer o turista", argumentou.

Além disso, apontou, como grande desafio, fazer a divulgação e o marketing das potencialidades da região. Ela contou que o governo do Estado prometeu ajudar nesse sentido.

Potencialidades

Na lista do que a região pode explorar para atrair visitantes, a empresária elencou os haras, os hotéis-fazendas e a grandes estâncias centenárias. A presidente da Apatur relatou que estâncias de outros municípios da Campanha já estão recebendo turistas. Para ela, a questão é o convencimento do trade turístico, que pode ser um grande negócio que traz rentabilidade e emprego.

O "boom" do setor

Clori contou que o enoturismo é o grande atrativo das vinícolas, que compreende a faixa de Candiota até Santana do Livramento. De acordo com a empresária, o que faz diferença são os roteiros organizados. " Todos (vinícolas) que participam têm os seus atrativos abertos, uns tendem mais para o rústico e outros mais para o moderno - foi o setor que mais trouxe turistas para a região", disse.

"Caminhos da fé"

Um dos setores que mais cresce no Brasil é o turismo religioso. Bagé tem o Santuário de Nossa Senhora Conquistadora, por exemplo, e outros templos com arquitetura diferenciada. Questionada sobre o que está sendo feito nesse setor para atrair visitantes, a presidente da Apatur respondeu que estão sendo criado roteiros chamados de "Caminhos da fé". Contou que tem equipe focada nesse trabalho e que a região tem muitos diferenciais que podem ser mostrados. Citou a mesquita que está em construção em Aceguá, como exemplo. "Tem templos lindos que podem ser visitados", pontuou.

O amanhã

A presidente da Apatur comentou que a prioridade para o próximo ano é fortalecer a cadeia que já existe, buscar novos atrativos e criar novos roteiros. Além disso, criar lei municipal para ter mais facilidade de captar recursos para os municípios da região.