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Falta de chuva compromete bacia leiteira e eleva custos

Sérgio Hubert/Especial imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Vacas procuram maneiras para se refrescar


O forte calor que atinge Bagé e municípios vizinhos afeta principalmente a bacia leiteira da região. Isso porque o sol quente e as temperaturas elevadas impactam as pastagens, o que ocasiona falta de alimento para o gado leiteiro.

O produtor de leite Sérgio Hubert, que tem propriedade na localidade de Colônia Nova, relatou que a estiagem atrasou o plantio da lavoura de milho. Segundo ele, as chuvas dos últimos dias não foram suficientes para amenizar os prejuízos provocados pela seca. Hubert disse que o clima severo fez com que muitos produtores acabassem desistindo de criar gado de leite. Além disso, citou outra situação preocupante: o valor do preço do litro pago ao produtor. "Hoje, o produtor recebe um valor muito baixo - entre R$ 1,60 a R$ 2", lamentou.

Queda de energia

Hubert comentou que, se não bastassem os problemas ocasionados pela estiagem, os moradores têm que enfrentar as quedas frequentes de energia elétrica. "É um jogo de empurra-empurra", se queixou o produtor.

Armando Otte, que tem propriedade em Bagé, disse que a pastagem é diferente de uma lavoura de soja, que com "uma chuva" consegue se recuperar - enquanto a outra, vai levar em torno de 30 dias para isso.

"Isso faz com que o produtor tenha que dar ração, feno e silagem, que são muito mais caros do que quando o animal se alimenta apenas do pasto natural", enfatizou.

Ott comentou que o custo de produção subiu 300% e o preço do leite está mais barato em relação ao mesmo período do ano passado. O produtor estimou uma perda em torno 40%.

Pagando para trabalhar

O tesoureiro da Associação Bageense de Produtores de Leite (Abaleite), Everton Borges Matos, relatou que a entidade enfrenta dificuldades porque toda a cadeia do leite sofre uma queda e o preço do produto também, nessa época. Ele relatou que a associação, que já chegou a ter 130 associados, hoje, tem apenas 17. Ele pontuou que vários aspectos foram predominantes para que muitos produtores desistissem de seguir no ramo. "Atualmente, a adubação cresceu muito, antes o produtor comprava um saco de adubo a R$97 e, hoje, está R$ 250", contextualizou. E acrescentou que tem os gastos com o diesel, com medicamentos para os animais e ração. " É um horror o preço que o produtor recebe. Estamos lpagando para trabalhar", falou.

Matos contou que a associação tem um convênio com a Prefeitura, que cede um caminhão, o motorista e o combustível. Segundo ele, toda a manutenção com o veículo fica a cargo da Abaleite e o gasto é muito alto "Tem meses que essa manutenção fica entre R$ 6 mil a R$ 8 mil", salientou. 

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