Uma data histórica para cavalos, criadores e demais apaixonados pela raça Crioula, que puderam contemplar o início de uma nova era: na quarta-feira passada, os 102 exemplares (52 fêmeas e 50 machos) finalistas adentraram em pista para sua primeira avaliação, a etapa Morfológica, realizada pelos trios de jurados da Final do Freio de Ouro 2023, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

Os animais pisaram na Nova Arena Coberta do Cavalo Crioulo.
Com tradição e um celeiro de campeões, a região está representada na competição. Entre as participantes, estão as cabanas Cala Bassa, Cavajuporã, Estrela do Sul, Campana, Tupambaé, Capanegra, Santa Fé e Cabanha da Ferraria.

De acordo com o presidente do Núcleo e Criadores de Cavalos Crioulos de Bagé, Fausto Costa, a criação do cavalo Crioulo na região vem mostrando cada vez mais uma das genéticas extremamente funcionais e belas. Segundo ele, é importante ressaltar que as cabanhas de Bagé vem, ao longo dos anos, participando ativamente da evolução da raça Crioula. “Essa evolução é significativa. A cada ano, temos animais que nasceram na nossa região e participam dessas provas funcionais”, mencionou.

Sobre a Nova Arena do Cavalo Crioulo, que foi construída no Parque Assis Brasil, Costa ressaltou que é um dos marcos de revolução das provas. O bageense comentou que é uma pista preparada para o espetáculo e para acomodar os participantes.

Disputa
A manhã de sexta-feira (25), onde os termômetros marcavam 7ºC, não refletiu o clima e a disputa quente na pista da Arena Coberta do Cavalo Crioulo. Segundo relato da assessoria de imprensa da ABCCC, disputa acirrada na pista e mate quente nas arquibancadas foram os ingredientes capazes de aquecer o público que compareceu, vibrou e torceu com cada um dos movimentos executados por ginetes e cavalos.

Os primeiros 26 conjuntos da categoria machos abriram as disputas funcionais, realizando as provas de Andaduras, Figura, Volta sobre Patas e Esbarradas e arrancaram diversas placas pretas dos jurados, além de aplausos e gritos eufóricos da plateia que lotou os espaços sociais da Arena do Cavalo Crioulo.

O ginete multi-campeão Marcelo Móglia disse para a reportagem que, juntamente com o filho Francisco (Pancho), está participando das provas do Freio de Ouro. A competição final que irá apontar os vencedores acontece neste domingo.

Destaque
O Instituto Vilson Souza estará representando na prova do Freio da Inclusão. Ismael Peixoto, de apenas 15 anos, irá disputar a prova com diversos ginetes de vários lugares do Rio Grande do Sul. O guri ganhou o direito de disputar a prova após participar da classificatória na cidade de Rolante.

Peixoto é a prova dos resultados obtidos através do serviço do Instituto Vilson Souza. O promissor ginete é aluno da Equoterapia da instituição. Ao todo, a modalidade recebe 20 alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) por mês. As aulas são ministradas nas dependências do Círculo Militar, com as instrutoras Lorena Cabral Pinheiro e Tatiani Unfer.

Além dele, o Instituto Vilson Souza também possui um aluno classificado no Freio Jovem, através das aulas de equitação gaúcha.

Homenagem
Neste ano, o homenageado no Hall da Fama do Cavalo Crioulo é o bageense Manuel Luís Benevenga Sarmento. Ele tem história na Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) e como criador da raça.

Manuel Luís está à frente da Cabanha São Francisco, plantel que herdou e deu continuidade ao lado da família do legado da raça. “É extremamente importante a gente homenagear as pessoas que ajudaram a construir a raça Crioula e ver o nome dele, que foi presidente da associação, onde muitas coisas trocaram para melhor em alguns aspectos, é um grande orgulho para as pessoas que ajudam a criar e manter, e fazer evoluir a raça Crioula. Nós do núcleo ficamos muito honrados com essa homenagem”, disse Fausto Costa.