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Biógrafo detalha relação com sobrevivente do Holocausto

Niela Bittencourt imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Bicca e Pierin durante bate-papo na Leb Livraria

Com um público de todas as idades, o escritor Gabriel Pierin bateu um papo na Leb Livraria e Cafeteria, na tarde dessa sexta-feira. O assunto foi a experiência ao lado de Andor Stern, o único brasileiro sobrevivente ao Holocausto - uma relação que resultou em duas obras, Uma estrela na escuridão e A vida após o Holocausto. O biógrafo destacou que, inicialmente, houve resistência por parte de Andor para contar a história de sua vida. Porém, o jeito com o qual lidava com toda a situação fez com que ele aceitasse a proposta de Pierin. E as palestras sobre o assunto se tornaram cada vez mais rotineiras na vida dos dois. Vale mencionar: Pierin ressaltou que Andor foi seu melhor amigo.

"Inevitavelmente uma amizade entre mim e ele se estabeleceu. Posso dizer seguramente que ele foi meu melhor amigo, porque ele era um mentor, uma pessoa grandiosa em todos os sentidos, um sábio mesmo", enfatizou. "Eu imagino que, com 93 anos, com a experiência que ele tinha, quem tiver a possibilidade de ler o livro vai poder também conhecer um pouco desses ensinamentos", pontuou. É importante lembrar que Andor morreu no ano passado, aos 93 anos. Uma estrela na escuridão conta a história de vida dele até o momento em que conseguiu sobreviver ao Holocausto, e A vida após o Holocausto apresenta sua trajetória após. Esse último livro foi lançado recentemente, em setembro deste ano.

Os ensinamentos aos quais o biógrafo faz referência são, como definiu, de uma pessoa que perdeu tudo. "E depois que ele foi libertado continuou uma vida de ganhos e perdas. Mas, como ele dizia, nunca perdeu o suficiente de modo que pudesse perder a sua dignidade", ressaltou. "Porque, dentro do Holocausto, era a derrota da vida humana. Muito além da prisão física, ali era uma prisão da consciência - a leitura pode nos proporcionar essa visão", acrescentou o autor. E falou um pouco mais sobre a amizade com o sobrevivente, o legado que busca manter vivo e o que o levou a escrever um segundo livro. "Essa amizade, infelizmente interrompida, me trouxe muito conhecimento, e eu tinha que compartilhar disso com os leitores, especialmente aqueles que já tinham lido o primeiro livro", ponderou.

No primeiro livro, detalhou, Andor conta a trajetória dele como prisioneiro. Porém, como avaliou Pierin, essa obra deixa algumas lacunas, ainda que propositalmente. "A gente encerra com a libertação dele e muita gente se perguntava e perguntava para mim se, afinal, ele iria reencontrar o pai dele e o grande amigo. E aí a pressão de fazer uma continuação dessa história se mostrou urgente", definiu. As obras, em síntese, se complementam. No segundo livro, Pierin não detalha só a história de Andor, a partir dos seus 20 anos até o fim da vida, também faz uma reflexão sobre a trajetória de um sobrevivente.

Vale mencionar que o encontro, na tarde dessa sexta, na Leb, foi mediado pelo professor Alessandro Bicca (Unipampa). O autor também participou, posteriormente, à noite, de um bate-papo sobre o tema com alunos e comunidade do Colégio Espírito Santo.

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