Por dentro do Palacete Pedro Osório

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 A sala de jantar era ladeada por uma varanda externa da qual se vislumbrava o enorme pátio, onde o Dr. Pedrinho, amante da natureza que era, muitas árvores havia plantado. No mesmo havia, também, uma famosa gruta de três andares. Tais construções eram influência da dita "arquitetura romântica", cujos "espécimens" ainda hoje podem ser vistos por alguns lados da cidade.

     A casa era, ainda, como as boas residências da época, coroada por uma soteia . Mas o que sim tenho certeza é que o Dr. Pedrinho jamais teria imaginado que, muitos anos mais tarde, alunos de uma universidade federal examinariam os céus por cima dos tetos de sua própria casa. É o surrealismo do futuro!

     Mas, voltando ao rés do chão e ao interior da morada, do lado oposto da sala de jantar, um largo corredor era o que conduzia à parte mais interna da casa. O mesmo era adornado com plantas e móveis de ferro e era nela onde os criados costumavam ficar à espera de serem às suas próprias funções delegados.

     No fundo do corredor, à direita, ficava, por sua vez, o quarto do Seu Carlos Alberto, que anteriormente havia sido o quarto do Tio Manuel, que era solteiro, falecera em 1942 e havia sido o único irmão varão de Dona Faustina. Quarto que, aliás, manteve sempre uma porta para fora. E que era devidamente guarnecido de uma lareira como todas as outras peças nobres da casa.

     Na sequência, três pequenos compartimentos finamente azulejados abrigavam num deles o toalete e no outro a sala de banhos. Sim, porque, tal como acontece na França, ninguém teria o mau gosto de compartir o quarto de banhos com o vaso sanitário. O terceiro, por sua vez, pelo menos naqueles anos quarenta do século passado, , era, curiosamente, a "sala de som". Em outras palavras, onde os rádios ficavam e onde Seu Carlos Alberto lembra-se muito bem de ter escutado a transmissão de inauguração da nossa Rádio Cultura. Evento que, naturalmente, provocou todo um "frisson" em nossa cidade.

Continua na próxima edição...